Até o mês passado, o fisioterapeuta Danilo Falcão, de 26 anos, utilizava aplicativos de transporte para se deslocar de sua casa, no Bairro da Caxangá, Zona Oeste do Recife, até o seu consultório no Pina, Zona Sul da capital. A despesa por volta de R$ 1 mil por mês fez Danilo considerar a compra de um veículo próprio. A primeira opção foi por uma moto elétrica.
As vendas de veículos elétricos no Brasil representaram 0,16% do total de emplacamentos em 2018, com 3,9 mil unidades, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número, embora pequeno, significou um aumento superior a 20% em comparação com 2017.
Os empecilhos para os veículos elétricos deslancharem no Brasil estão caindo, e, cada vez mais, crescem as vantagens em utilizar um transporte individual que não polui, não faz barulho, não consome combustível e tem um custo por quilômetro rodado muito baixo se comparado a um veículo com motor a combustão. “O apelo de um veículo não poluente, tecnológico e econômico me convenceu a arriscar. Hoje, não fico preso nos engarrafamentos e economizo bastante”, diz Danilo, que ficou surpreso ao descobrir que em Pernambuco veículos elétricos são isentos de IPVA. Mais um ponto a favor da economia.
Ele ainda não fez as contas de o quanto a moto elétrica pesa em sua conta de energia. Mas sabe que é pouco. Danilo só carrega a bateria da moto a cada dois ou três dias, em casa mesmo, como se fosse um celular. “O fabricante da moto prometeu instalar pontos de recarga pela cidade, quando isso acontecer, será muito bom”, diz Danilo. O consultor automotivo e diretor da Alpha Consultoria, Alexandre Costa, diz que alguns mitos em relação aos veículos elétricos estão caindo e colaborando para uma mudança de mentalidade. “A ideia de que veículos elétricos tem pouca autonomia não existe mais. Hoje, carros elétricos rodam cerca de 500 km com uma única carga, praticamente o mesmo que um carro a gasolina. A ideia de que consomem muita energia também é falsa. Aparelhos que transformam energia elétrica em energia térmica, como ar-condicionado ou chuveiro elétrico, é que gastam muito.”
O consultor afasta a ideia também de que veículos elétricos são perigosos. “Muita gente pensa que um carro elétrico não pode atravessar alagamentos. Na verdade, eles são mais isolados do que um carro convencional, o que os torna perfeitos para uso em uma cidade como Recife”, brinca o consultor.