Pernambuco acompanhou a tendência nacional e fechou o ano com um saldo de 9.696 empregos com carteira assinada em 2019. O resultado é o melhor dos últimos seis anos. Desde 2010, o mercado de trabalho no Estado foi do céu ao purgatório. Em 2010, as obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Suape, e a produção de navios do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) contribuíram para fazer explodir a criação de vagas e alcançar o recorde de 121.792 na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged). Anos depois, a recessão no País e a desmobilização do canteiro da Rnest faziam o Estado chegar ao seu pior resultado histórico, com o fechamento de 87.207 postos de trabalho.
Em 2018, o mercado de trabalho em Pernambuco começou a esboçar reação, com um saldo de 4.091 vagas. Foi o primeiro resultado positivo depois de quatro anos seguidos de perdas. No ano passado essa dinamização se intensificou com o resultado mais que dobrando. Na avaliação da secretária executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Maíra Fisher, o avanço de 2019 é resultado da dinâmica econômica do Estado. “A economia vem crescendo e o governo fez em 2019 um forte trabalho de atração de investimentos. O resultado do Caged também mostra uma diversificação dos setores e subsetores que geraram empregos”, observa.
Em 2019, o setor de serviços (com participação de 75,5% na economia estadual) foi responsável pela abertura de 7.501 empregos formais. Em seguida aparece a agropecuária (3.403 vagas) e o comércio (2.654). Já a indústria de transformação fechou 3.171 postos de trabalho, influenciada pela suspensão das atividades do Estaleiro Atlântico Sul. Não fosse isso, o resultado do Caged seria melhor. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) pernambucano (até o terceiro trimestre) mostra que a geração de empregos acompanhou a tendência da economia.
Resultados apresentados pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem), mostram que o PIB acumulado de janeiro a setembro teve crescimento de 1,5%, com destaque para os setores de agropecuária (8,3%) e serviços (1%), enquanto o destaque negativo na indústria de transformação veio da construção naval (-55,8%).
“O retrato no Estado de Pernambuco, apesar de suas particularidades, segue a mesma tendência nacional. É inegável que se trata de uma reação positiva, lenta e gradual, mas positiva. As recentes revisões para cima da previsão do PIB para 2020 ratificam essa expectativa de recuperação e apontam para a continuidade dessa trajetória de aquecimento do mercado de trabalho e redução do desemprego. Resta acompanhar, de olhos atentos, a qualidade do emprego gerado, tanto em termos de salário, como de estabilidade”, alerta o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)”, Paulo Vaz.
A secretária Maíra Fisher segue a mesma percepção otimista, dizendo que o resultado do ano passado sinaliza para um bom 2020. “No ano passado tivemos uma série de investimentos anunciados e a recuperação do emprego passa por isso. Tivemos a inauguração de lojas de atacarejo, do CD da Amazon e de indústrias. Além disso, setores como logística e serviços médicos tiveram uma geração importante (cerca de mil e 4 mil, respectivamente. Com mais investimentos também esperamos reduzir os níveis de informalidade, que estão altos em todo o País e incluir os jovens (faixa etária em que o desemprego é maior)”, defende.