Operação da PF mira falso consórcio suspeito de 'golpe da cirurgia plástica' no Grande Recife

Segundo a PF, várias vítimas que pagavam regularmente suas contribuições ao falso consórcio não recebiam os valores para a realização do procedimento estético
Marcelo Aprígio
Publicado em 12/02/2020 às 7:53
Cirurgias eletivas são aqueles procedimentos agendados previamente, ou seja, não urgentes, mas que podem ser adiados sem prejuízo à saúde do paciente Foto: Foto ilustrativa: Pixabay


A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação no Grande Recife contra suspeitos de captar e gerir recursos de outras pessoas como um sistema de consórcio, sem a autorização do Banco Central (BC), órgão fiscalizador desse tipo de operação. De acordo com a PF, o grupo arrecadava o dinheiro sob o argumento de que facilitaria a realização do "sonho da cirurgia plástica" para suas vítimas, que nem sempre tinham a promessa cumprida. Batizada de "Serena", a ação policial aconteceu nessa terça-feira (11), os detalhes, porém, foram divulgados apenas nesta quarta-feira (12).

Ainda segundo a PF, os suspeitos dividiam as vítimas que aderiam ao projeto em grupos em que todos os seus membros tinham objetivos em comum. Os grupos também tinham prazo de duração e número de cotas previamente determinados. Além disso, eles estipulavam a forma de sorteio entre as vítimas para a utilização dos valores divididos em pequenas parcelas, como determina a Lei de Consórcio.

Apesar de seguir a legislação na forma em que, oficialmente, geria os recursos, o grupo não tinha registro no BC, tornando sua operação clandestina. Além disso, várias vítimas, que teriam sido contempladas em sorteio e pagavam regularmente suas contribuições, não recebiam os valores para a realização do procedimento estético, o que, segundo a Polícia Federal, demonstra não só a má gestão dos recursos, mas também uma apropriação indevida ou desvio do montante gerido.

Mandados

Durante a "Sirena" foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Os envolvidos estão sendo investigados por crimes contra o sistema financeiro nacional. Se condenados, os suspeitos podem ser punidos com penas de até 18 anos de prisão.

Nas busca foram apreendidos, agendas, telefones celulares, contratos de adesão, notebooks. Todo esse material passará por perícia técnica para auxiliar nas investigações que estão em andamento.

Para a PF, a operação dessa terça-feira "não elimina a necessidade dos eventuais prejudicados buscarem individualmente seu ressarcimento na área cível".

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