Se a Suíça se vangloria de ser chamada de “ferrolho”, por historicamente armar suas seleções com uma forte retranca defensiva, o Brasil não fica atrás do seu adversário na estreia da Copa do Mundo da Rússia. Reconhecido por construir defesas sólidas nos clubes que comandou, o técnico Tite repetiu a mesma estratégia na seleção brasileira. Em 21 partidas disputadas sob o seu comando, o time canarinho só foi vazado em cinco oportunidades. Uma média incrível de um gol sofrido a cada quatro jogos disputados.
Para Paulinho, que foi comandado por Tite no Corinthians, o grande segredo do treinador é procurar equilibrar a equipe para a defesa não ficar sobrecarregada. “Sem dúvida que o equilíbrio é o que nos faz termos um grande desempenho. Todos com comprometimento, foco e concentração nas partidas. Isso tem feito com que a gente consiga manter as coisas no controle e fazendo com que a seleção não só ganhe, mas faça grandes jogos”, destacou o volante.
O principal homem de confiança na zaga de Tite é sem dúvida Miranda. O defensor da Internazionale foi titular em 16 partidas das 20 comandada pelo treinador à frente da seleção (não computada o amistoso com a Colômbia, que só foram convocados jogadores que atuavam no Brasil). Logo em seguida vem Marquinhos, saindo de frente em 12 jogos. Assim, a dupla foi a que mais atuou junta na Era Tite, com 11 partidas de parceria.
Contudo, apesar do entrosamento dos dois, Tite já definiu que o experiente Thiago Silva vai iniciar a Copa do Mundo como titular. O capitão da Copa do Brasil só fez cinco partidas ao lado de Miranda nessa trajetória. O que pesa contra o zagueiro de 33 anos é que dos cinco gols sofridos pelo Brasil sob o comando do ex-treinador corintiano, ele esteve em campo em três.
Nesse Mundial da Rússia, os suíços também chegam com um forte poderio ofensivo. Nos últimos dez jogos, a seleção europeia marcou 22 gols. Um motivo a mais para os brasileiros se preocuparem.
“Desde o último amistoso (contra a Áustria) que estamos trabalhando visando o jogo contra a Suíça. Eles têm jogadores de alta qualidade e que jogam bem taticamente. Além disso, eles atuam de duas ou três maneiras diferentes, fica difícil de prever como vão jogar. Mas temos de entrar ligados para atuarmos no nosso plano A ou no plano B e fazermos uma boa partida”, comentou Gabriel Jesus.
No mesmo recorte das dez últimas partidas, a Suíça fez prevalecer sua força defensiva e só tomou cinco gols, média de um gol sofrido a cada dois jogos disputados. “Sabemos das dificuldades que vamos ter pela frente. Já enfrentamos adversários com diferentes sistemas táticos. Nos últimos jogos encaramos seleções que atuam com a linha baixa, chegando a jogar com cinco defensores lá atrás. Contra a Inglaterra, que empatamos (0x0), tivemos dificuldade para infiltrar na zaga deles, mas buscamos nos adaptar. Não é uma coisa difícil (furar retrancas). Acho que temos capacidade de passar por esse tipo de adversidade”, declarou o volante Paulinho.
Dos 21 jogos de Tite no comando da seleção brasileira, em 16 confrontos a zaga não foi vazada.