Mais de um campeão já foi eliminado na fase de grupo da Copa do Mundo: França em 2002, Itália em 2010 e Espanha em 2014. A Alemanha se uniu à lista de fiascos em 2018.
Brasil, vencedor das duas Copas do Mundo anteriores, sequer passou da fase de grupos na Inglaterra-1966. Vítima da marcação dura do búlgaro Dobromir Jetchev sobre Pelé, a seleção 'Canarinho' ganhou de qualquer forma (2-0), mas depois perdeu para a Hungria (3-1), quando Pelé ficou de repouso para se recuperar. Voltou contra Portugal, mas o Brasil também perdeu (3-1) uma partida em que João Morais, por sua vez, martirizaria Pelé. "Comecei o trabalho e Morais terminou", diria mais tarde Jetchev, o vilão do filme. A Itália também saiu mais cedo da Copa, eliminada pela estreante Coreia do Norte (1-0).
A Inglaterra inventou o futebol, mas não a Copa do Mundo, e havia evitado as primeiras três edições. Depois da Segunda Guerra Mundial, finalmente participou e aterrissou no Brasil, liderada por Stanley Matthews, já com 35 anos e a caminho de ser o primeiro Bola de Ouro, em 1956.
Os ingleses começaram bem contra o Chile (2-0) sem Matthews, em conflito com o técnico Walter Winterbottom. Mas no segundo jogo, ainda sem Matthews, poupado pela fraqueza do adversário, a Inglaterra é humilhada pelos Estados Unidos, uma equipe quase amadora (1-0). Bastou um gol do haitiano Joe Gaetjens e as defesas do goleiro Frank Borghi.
A partida aconteceu em Belo Horizonte, palco do fatídico 7-1 da Alemanha no Brasil nas semifinais de 2014. A Inglaterra jogou de azul pela única vez em sua história e nunca voltou a vestir este uniforme. Perdeu a disputa seguinte contra a Espanha (1-0) e voltou para casa antes do previsto.
A França chegava como grande favorita após vencer a Euro-2000 e a Copa do Mundo de 1998, e contava com os três melhores artilheiros em três campeonatos, Thierry Henry (Inglaterra), David Trezeguet (Itália) e Djibril Cissé (França).
Sua marca oficial já anunciava a segunda estrela na camisa, mas os artilheiros não marcaram um só gol. Os 'bleus' caíram contra o Senegal (1-0) e arrastavam a lesão na coxa de Zinedine Zidane. Jogou somente a última partida, uma derrota contra a Dinamarca (2-0). Antes haviam empatado sem gols com o Uruguai.
A Argentina de Marcelo Bielsa e Gabriel Batistuta também ficou pelo caminho. Aparecia como segunda força no grupo, mas foi eliminada pela Inglaterra (1-0), que sonhava em se vingar do show de Diego Maradona em 1986, quando ocorreu a famosa 'mão de Deus', e as oitavas de final da França-1998, com o cartão vermelho para David Beckham. A Suécia confirmou a despedida dos argentinos ao empatar em 1-1 com o alviceleste e ir para as oitavas.
Como a França, oito anos antes, a Itália caiu logo no começo. Incapaz de vencer o Paraguai (1-1) e a fraca Nova Zelândia (1-1), foi eliminada na última partida pela Eslováquia (3-2). Finalista na Alemanha-2006, a França também saiu na fase de grupos, envergonhada diante do mundo pela greve de seus jogadores, que não quiseram descer do ônibus durante uma das poucas sessões de treinamento abertas ao público. Tudo em apoio a Nicolás Anelka, que havia acabado de ser expulso do grupo por ter insultado o então técnico Raymond Domenech no intervalo do segundo jogo (derrota por 2-0 para o México, depois de um empate sem gols contra o Uruguai). O fiasco foi confirmado após uma derrota contra a anfitriã África do Sul (2-1).
A Itália sofreu o mesmo destino quatro anos depois no Brasil-2014, vítima da mordida de Luis Suárez e de um gol de Diego Godín (1-0). Os finalistas da Eurocopa 2012 nunca se recuperaram da derrota contra a Costa Rica (1-0). Haviam começado bem contra a Inglaterra (2-1), com um gol de Mario Balotelli.
Mas a decepção foi ainda maior para a 'Roja', inicialmente humilhada pela Holanda (5-1), com o incrível gol do holandês Robin Van Persie. A Espanha, duas vezes campeã europeia e campeã do mundo, sofreu uma lição do Chile (2-0). Que triste despedida para Xavi Hernández...