Série A2 estadual é o nascedouro de novos técnicos

Apesar das dificuldades, segunda divisão estadual vira espécie de vitrine para os comandantes novatos sonharem com dias melhores
Hildo Neto
Publicado em 26/08/2012 às 8:53


Uma das funções mais instáveis no futebol, sem dúvida, é a do técnico. Algumas derrotas bastam para um planejamento inteiro ir por água abaixo. Frequentemente, quando os grandes clubes demitem treinadores, os nomes lembrados como substitutos são sempre os mesmos. A renovação ocorre de forma lenta nessa situação, até por causa da pressão das torcidas. Para um novo comandante surgir, principalmente no Nordeste, ele precisa penar em equipes pequenas. É isso o que ocorre com 12 dos 15 técnicos que disputam a Série A2 do Campeonato Pernambucano.

Com exceção de Nereu Pinheiro, do Olinda, Edson Leivinha, da Cabense, e Ronaldo Bagé, do Timbaúba, os outros ainda não tiveram oportunidade de comandar uma grande equipe. Entre os “pretendentes”, três ex-jogadores são mais conhecidos do torcedor pernambucano: Humberto (ex-Náutico e Santa Cruz), Maurílio (ex-Santa) e Mirandinha (ex-Sport). O mais recente a investir na carreira foi Humberto Santos, de 38 anos. Com a ajuda da Associações de Garantia ao Atleta Profissional, ele fez um curso de técnico e está se destacando no comando do Pesqueira, que atualmente é vice-líder.

“É muito difícil ter reconhecimento quando se está trabalhando num time considerado pequeno. Não me vejo atrás de nenhum outro técnico. Estou fazendo meu trabalho para que as oportunidades surjam”, comenta Humberto, que começou a carreira de treinador neste ano. O ex-zagueiro afirmou que busca inspiração em técnicos como Muricy Ramalho, Nereu Pinheiro, Givanildo Oliveira e Didi Duarte. “Procuro juntar tudo o que aprendi com eles para ter o meu estilo”, diz.

Por sinal, neste domingo (26/8), às 15h, no Estádio Olindão, o Pesqueira, de Humberto, enfrentará os donos da casa, de Nereu Pinheiro. No primeiro encontro, o jogo terminou empatado por 0x0. Com a experiência de quem descobriu o meia Juninho Pernambucano, o goleiro Bosco, os zagueiros Adriano e Sandro entre outros atletas de destaque, o ex-técnico do Santa Cruz e Sport, orienta os novos treinadores a terem paciência e buscarem conhecimento. “Tem de ter tranquilidade e estudar o futebol, sempre inovando na parte técnica e tática”, aconselha.

Apesar de enxergar na Série A2 um bom campeonato para o surgimento de novos técnicos, Nereu alerta para a falta de reconhecimento e dificuldades estruturais. “Os clubes de Pernambuco não valorizam os profissionais locais. Givanildo teve de fazer sucesso fora e o mesmo ocorre com Dado Cavalcanti (técnico do Luverdense, que lidera o grupo A da Série C).”

Os outros dois pretendentes acumulam mais experiência na carreira fora dos gramados, mas ainda buscam afirmação. Maurílio faz um trabalho de recuperação no Vitória, já Mirandinha briga pelo acesso no Afogadense.

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