Defesa de Everton Felipe muda discurso

Advogado disse que o auxiliar de serviços gerais se limitou a arrancar as privadas do Arruda
Do JC Online
Publicado em 07/05/2014 às 7:45


A defesa de Everton Felipe Santiago de Santana mudou o discurso e disse que o integrante da Inferno Coral não confessou em seu depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ter arremessado um dos dois vasos sanitários do anel superior da arquibancada do Arruda, na sexta-feira passada, que resultou na morte do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva. De acordo com o advogado Adelson José da Silva, o auxiliar de serviços gerais teria contado que se limitou a arrancar as privadas do banheiro feminino do estádio e que foram os outros dois tricolores, que seguem foragidos, os responsáveis por atirá-las sobre a torcida Fúria Independente, do Paraná Clube, que saia do estádio após a partida contra o Santa Cruz, pela Série B do Brasileiro.

“Ele disse que só arrancou os vasos sanitários do banheiro com intuito mesmo de depredar. Depois, ajudou a levar as privadas até o ponto onde os outros dois torcedores arremessaram”, comentou o advogado. “Everton também explicou que não passava pela cabeça de nenhum deles arremessar sobre os torcedores. A intenção era jogar contra o parapeito e fazer barulho para assustar quem estava embaixo”, completou.

Assim, a estratégia da defesa é tentar que a delegada Gleide Ângelo, que está à frente da investigação, enquadre Everton por dano (artigo 163 do Código Penal), que prevê prisão de 1 a 6 meses, além de multa. Anteontem, após o depoimento do integrante da Inferno Coral no DHPP, a delegada havia informado que iria autuá-lo em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil, com pena de 12 a 30 anos de detenção.

Nesta quarta (7), a defesa entrará com um pedido de relaxamento de prisão. O advogado acredita que por ter emprego e endereço fixos, Everton pode responder ao processo em liberdade. O que pode complicar sua atuação é o fato de o auxiliar de serviços gerais já ter passagem pela polícia. Em dezembro de 2012, ele foi preso por porte ilegal de armas durante uma festa promovida pela Inferno Coral em um sítio (não soube precisar o local). Nessa época, Everton tinha um cargo de diretor na uniformizada.

Além disso, Everton foi um dos protagonistas de uma briga generalizada nas arquibancadas do estádio Rei Pelé, em Maceió, no ano passado, durante a partida entre CRB e Santa Cruz, que custou as duas equipes a perda de mandos de campo. “Esse episódio e a prisão em 2012 por porte ilegal de armas acabam, sem dúvida, complicando a vida de Everton neste momento”, finalizou o advogado.

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