Vice-presidente da Fifa e presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Issa Hayatou veio a público para negar as acusações do jornal inglês The Sunday Times de que teria recebido suborno para apoiar a candidatura do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. O dirigente chamou de "absurdas" e "ridículas" as alegações feitas contra ele.
Segundo a edição do jornal inglês do último, dirigentes catarianos teriam subornado membros do Comitê Executivo da Fifa para a escolha do país na eleição realizada em dezembro de 2010. Documentos comprovariam que cartolas do Catar teriam pago pelo menos US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 11,2 milhões) para comprar votos para que o país fosse escolhido como sede do Mundial.
O maior alvo da denúncia é Mohamed Bin Hammam, um dos principais agentes do futebol do Catar, que teria atuado em diversas regiões do mundo para comprar apoio. A principal delas foi justamente a África, que teve quatro cartolas votando na eleição. Bin Hammam teria usado mais de dez fundos para fazer dezenas de pagamentos de até R$ 447,8 mil para presidentes de 30 federações de futebol no continente.
Hayatou, no entanto, negou todas as acusações feitas pelo jornal. Ele garantiu que Bin Hammam não lhe arranjou tratamento em um uma clínica privada e que não recebeu "presentes valiosos" em uma viagem para Dora ou "qualquer dinheiro do Sr. Bin Hammam, do emir do Catar ou de qualquer membro do Comitê de Candidatura do Catar". "Apesar das acusações serem ridículas, o presidente da CAF decidiu respondê-las", dizia a nota no site da entidade.
O comunicado ainda ridicularizava outra acusação feita contra o dirigente, de que ele também teria recebido ingressos para a Copa do Mundo como forma de suborno. "Como presidente do Comitê Organizado da Copa do Mundo de 2010 e vice-presidente da Fifa, o Sr. Hayatou precisa que alguém lhe ofereça ingressos para jogos da Copa do Mundo? Ele não está em condições de receber jogos das partidas da Copa por sua posição?", questionava.