A exigência da Fifa de que os relógios dados pela CBF a 65 cartolas de todo o mundo sejam devolvidos causam constrangimento e o ex-jogador Michel Platini alerta: "Eu não devolvo presentes". Na quinta-feira (18), a entidade anunciou que todos os cartolas deveriam devolver os presentes que receberam durante a Copa, vindos da CBF, em um valor acumulado de R$ 4 milhões.
Mas a decisão deixou muitos irritados. Nesta sexta-feira, Platini, um dos vice-presidentes da Fifa e presidente da Uefa, criticou a entidade por fazer a exigência três meses após o incidente e só depois que a imprensa revelou o caso. A CBF confirmou que distribuiu em junho relógios de luxo aos cartolas, alegando que pagou "apenas" R$ 1,6 milhão pelos agrados. A Fifa deu até 24 de outubro para que todos os relógios fossem devolvidos.
Platini, porém, se recusou e alertou que vai doar para uma instituição de caridade. "Se o Comitê de Ética da Fifa não estava satisfeito, eles deveriam ter nos dito isso há meses no Brasil, quando recebemos os relógios", declarou. "Eles sabiam que tínhamos recebido os relógios porque todos nós recebemos".
O francês disse que já recebeu "muitos relógios" e alertou que "até jornalistas ganham". Questionado se cumpriria a determinação da Fifa de devolver o produto de US$ 27 mil, Platini se recusou: "Eu não devolvo presentes".
Ele, porém, não foi o único que se mostrou contrariado. Jim Boyce, outro vice-presidente da Fifa, primeiro negou que tivesse recebido um relógio de luxo na Copa e chegou a bater o telefone na cara dos jornalistas que o indagaram. Dois dias depois, ligou para dizer que havia "encontrado" o produto de luxo.
Segundo Boyce, ele só descobriu o relógio na "semana passada" dentro da sacola e prometeu devolver. Outro cartola da Fifa, Michel D'Hooge, também negou inicialmente ter recebido o presente. Mas depois confessou que havia dado a sua filha.