Fora da seleção desde 2013, quando foi convocado por Luiz Felipe Scolari e participou apenas do primeiro tempo de um amistoso contra a Zâmbia, o atacante Lucas é uma das apostas de Dunga para diminuir a dependência que a equipe tem de Neymar. Depois do fracasso da seleção na Copa América, o jogador surge como alternativa para melhorar o desempenho do setor ofensivo do time.
Animado pelo bom início de temporada no Paris Saint-Germain, o ex-são-paulino se apresentou nesta segunda-feira à seleção em New Jersey para os amistosos contra Colômbia e Estados Unidos com planos de permanecer um longo período na equipe.
Qual é a sua expectativa neste retorno à seleção?
É uma alegria imensa voltar depois desse tempinho que fiquei fora. Retorno em um momento diferente da minha carreira, mais maduro, mais preparado e muito empolgado e motivado para fazer um bom trabalho e agradar a todos para continuar no grupo, que é o meu principal objetivo.
O Dunga é um treinador que valoriza a marcação e no PSG você evoluiu muito neste quesito. De que forma isso pode te ajudar na seleção?
Não é só o Dunga, mas hoje em dia o futebol pede que todos os atletas ajudem na marcação. O futebol moderno exige isso do atacantes. Nenhum jogador pode se dar ao luxo de ficar parado lá na frente. Na Europa, cresci muito em relação à parte tática, de ajudar a equipe e voltar para marcar. Claro que não é o meu forte, porque sou atacante. Minha principal função é criar situações de gol, mas sei que preciso recompor a defesa e tentar atrapalhar o adversário quando o nosso time estiver sem a bola. Adicionei isso ao meu jogo e me sinto mais maduro, preparado e completo.
Como resolver a dependência que a seleção tem em relação ao Neymar?
O time criou isso até pela qualidade e o poder de definição que o Neymar tem. Ele é o principal jogador da seleção e a nossa grande esperança, mas acho que a gente não pode depositar toda a confiança só nele. Futebol é um esporte coletivo, então o time precisa de todos os jogadores. Pode acontecer de um dia ele não estar bem ou machucado, por exemplo. Temos outros jogadores que podem chamar a responsabilidade e fazer a diferença. Isso vem com o trabalho no dia a dia. Quero ajudar, fazer a minha parte e usar as minhas características a favor da seleção.
Você joga no PSG com Thiago Silva, David Luiz e Marquinhos. Conversou com eles sobre o que aconteceu na Copa América?
Não cheguei a falar sobre a Copa América, assim como a respeito da Copa do Mundo. Nem toquei no assunto. Foram episódios para esquecer. São coisas do futebol, não dá para ficar muito preso a esses assuntos. Agora, temos a responsabilidade de recuperar a hegemonia do Brasil e colocar a seleção no topo novamente. Temos capacidade para conseguir os nossos objetivos.
Depois de mais de dois anos morando em Paris você já está adaptado à França?
O começo foi difícil. A saudade pesa, principalmente por causa da falta dos amigos, do frio e da cultura. Mas a vontade de jogar na Europa ao lado de grandes jogadores e disputar a Liga dos Campeões foi maior. Os brasileiros do PSG me ajudaram muito e hoje estou muito bem adaptado. A torcida tem um carinho enorme por mim. Hoje me sinto muito à vontade e isso faz a diferença dentro de campo.
O projeto do novo PSG foi feito para conquistar a Liga dos Campeões. Acha que será possível realizá-lo esse ano?
Temos um elenco muito competitivo, com grandes jogadores. Todo o planejamento foi feito com o objetivo de conquistar a Liga dos Campeões e tornar o clube um dos grandes da Europa. Na França, já ganhamos todos os campeonatos e fizemos história. Paramos três vezes nas quartas de final da Liga dos Campeões, mas estamos conquistando o respeito dos adversários e ganhando moral Acredito que podemos chegar longe.
Como repercutiu na Europa o fato de o José Maria Marin, ex-presidente da CBF, estar preso acusado de receber propina?
A gente fica chateado com toda essa bagunça. Isso mancha muito a imagem do futebol. Os jogadores conversam, comentam. Esperamos que os culpados sejam punidos e que pessoas honestas queriam realmente mudar o futebol. No Brasil, o futebol mexe muito com a nossa economia, é uma paixão nacional. Por isso, torcemos por melhorias.