Campeão brasileiro em 2009 no comando do Flamengo, Andrade é o novo técnico do Petrolina, que vai disputar a Série A2 (Segunda Divisão) do Pernambucano a partir do segundo semestre. Jogador profissional entre 1976 e 1999, o mineiro de 59 anos terá a companhia de outro ex-craque do rubro-negro carioca: Nunes, que ocupará no clube o cargo de diretor de futebol. A dupla chega ao Sertão do Estado no início da semana que vem para conhecer a estrutura da Fera e tratar dos primeiros detalhes sobre a formação do elenco.
A contratação dos dois é o primeiro ato do novo presidente do Petrolina, o empresário Cirineu Ribeiro, de 32 anos, que assumiu o comando do clube no último dia 9. Ainda nesta semana, o mandatário espera anunciar os primeiros reforços. A expectativa é formar o elenco da Fera Sertaneja com cerca de 70% dos atletas do eixo Rio-São Paulo - está em negociação uma parceria com o Flamengo. A folha mensal deve girar em torno de R$ 200 mil.
O regulamento da Série A2 obriga os clubes a utilizarem em sua maioria atletas sub-23, com exceção de cinco peças. Neste caso, o Petrolina estuda trazer veteranos, inclusive com passagens pela seleção brasileira. O zagueiro Ronaldo Angelim é um dos nomes na mira da Fera Sertaneja.
A amigos próximos, Cirineu Ribeiro revelou que sua gestão no Petrolina se inspira no modelo da Chapecoense-SC, clube também do Interior que conseguiu chegar à divisão de elite do futebol brasileiro. Nas conversas que teve com Andrade e Nunes, o presidente do time pernambucano disse que a meta é atingir à Série A nacional em quatro anos.
Andrade é mineiro de Juiz de Fora. Iniciou no futebol nas categorias de base do Flamengo, clube que brilhou atuando como volante. Foi tricampeão brasileiro (1980, 1982, 1983), campeão da Libertadores (1981) e também do Mundial de Clubes (1981). Foram 570 partidas com a camisa do rubro-negro carioca. Depois, passou por times como Roma-ITA, Universidad de Los Andes-EQU, Vasco da Gama e Atlético-PR. Pendurou as chuteiras em 2009, no Bangu.
Depois de encerrar a carreira profissional, Andrade foi trabalhar como auxiliar-técnico no Flamengo. Por quatro vezes, chegou a dirigir o time de forma interina. Em 2009, com a saída de Cuca, Andrade assumiu o comando do rubro-negro carioca em dois jogos. Como apresentou bons resultados, foi efetivado no cargo para a disputa da Série A. Não só conquistou o título como o prêmio da CBF de melhor técnico do Brasileirão daquele ano.
Em 2010, Andrade não se achou mais na carreira como técnico. Foi demitido do Flamengo e não evitou a queda à Série C do Brasiliense naquele mesmo ano. Em 2011, não conseguiu fazer o Paysandu subir à Primeira Divisão nacional. Depois, só clubes cariocas de pouca expressão: Boavista-RJ, São João da Barra-RJ e Jacobina-BA. Desde 2015, ele não trabalha como treinador.