Apesar de se definir como “muito feliz e orgulhoso” com a atuação da seleção brasileira na vitória sobre a Áustria por 3x0, o técnico Tite insistiu em não confirmar se continua com a mesma equipe para a estreia na Copa do Mundo, no próximo domingo (17), em Rostov, contra a Suíça.
“Eu respondo na quinta ou sexta-feira o time da Copa. Agora eu estou na adrenalina e não tenho como praxe adiantar o time”, respondeu. No entanto, o treinador será até incoerente se não colocar em campo contra os suíços o time do último amistoso antes da Copa. Isso porque a equipe funcionou como ele desejava. O quarteto formado por Willian, Philippe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus jogou muito bem, como o resto de todo o time, e Tite reconheceu esse bom desempenho.
Ele destacou a intensidade da equipe, que tem como vantagem adicional desgastar o adversário. Foi o que se viu contra a Áustria e o que o treinador espera que aconteça durante a Copa. “O adversário vai cansar diante da mobilidade que essa equipe tem. A prova é que 60% dos gols dessa equipe saem no segundo tempo. É um time muito móvel e tem de saber tirar proveito disso”, disse.
Outro fator que leva a crer que Tite não vai mexer na escalação que considera ideal é que ele voltou a dizer que não pretende modificar radicalmente a equipe em função dos adversários. Tem alternativas, como escalar um meio de campo mais marcador contra rivais que tenham mais força, mas sem alterar o espírito da equipe, que é ofensivo.
“Vamos começar a pensar agora na Suíça”, disse o treinador, que na realidade estuda de maneira pormenoriza o rival da estreia desde o sorteio dos grupos, em dezembro do ano passado. “Temos uma forma de jogar. Não mudamos nosso jeito de jogar se enfrentarmos a Alemanha. Tentamos repetir o padrão”, disse, confiante de que tem um time capaz de se livrar de situações difíceis. “Quando tiver pressão, o jogador vai encontrar soluções”.
O treinador considerou que a maneira como a equipe se comportou emocionalmente diante da Áustria, que por várias vezes apelou para jogadas ríspidas, até mesmo violentas - o alvo principal foi Neymar -, foi uma prova do amadurecimento da seleção. Ele destacou que os jogadores não perderam o equilíbrio.
“A concentração competitiva desses atletas é elogiável. Eles se concentraram em jogar. Essa equipe está amadurecendo. Teve um bom desempenho em um jogo de contato”, disse o técnico brasileiro.
Ao falar novamente do jeito desafiador que propõe para os jogadores, ele aproveitou para justificar a intensidade dos treinamentos que levou à contusão do volante Fred, atingido por Casemiro em um treino. “A forma como trabalhamos por vezes provoca muito contato. Talvez se tivesse treinos mais leves o Fred não teria machucado, assim como o Renato (Augusto). Mas esse é o preço da excelência”.