A Coruja voou alto no Sertão do Pajeú. Mostrou o seu domínio em casa e seguiu fazendo história. Depois de conquistar uma inédita participação na Copa do Brasil graças ao terceiro lugar no Estadual de 2019, o Afogados conseguiu avançar de fase na competição nacional na última quinta-feira ao bater o Atlético-AC por 3 a 0. Agora encara outro Atlético, o de Minas Gerais, no dia 26. Sem dúvidas, o maior jogo da história de seis anos do clube. E o clima de euforia pelo momento vivido ainda toma conta da cidade.
“Realmente foi um dia histórico para o futebol de Afogados da Ingazeira e da região. Onde você vai por aqui, está todo mundo comemorando. Isso é muito importante. Mesmo sabendo que temos uma pedreira pela frente, o Atlético-MG, grande clube de referência nacional. Fizemos de tudo para passar de fase e estamos aí, esperando o Galo de Minas Gerais. Quem sabe?! Vamos ver o que a gente pode fazer”, conta o presidente do Afogados, João Nogueira.
Para o duelo, o acanhado, mas caloroso estádio Vianão deve receber arquibancadas móveis para aumentar a sua capacidade. Atualmente, comporta apenas dois mil torcedores. Sem citar um número com exatidão, o mandatário da Coruja acredita em um total que possa comportar até oito mil torcedores, a depender das negociações com a prefeitura do município. Desta forma, a intenção é de baratear o ingresso e, ao mesmo tempo que dará uma boa renda para o clube, que também seja acessível para os afogadenses acompanharem o jogo do clube que foi abraçado pela comunidade.
Esse apoio todo era, sim, almejado por João Nogueira e demais fundadores do Afogados da Ingazeira Futebol Clube. Porém, sabia-se da dificuldade para subir esses degraus no futebol pernambucano e nacional. Coisa que, aos poucos, o clube tem conseguido. Esse apoio não se restringe apenas ao Sertão do Pajeú, mas também ao restante de Pernambuco. A classificação da Coruja tem repercutido e diversos torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport demonstraram torcida pelo time na Copa do Brasil. Algo que terá reforço diante do Atlético-MG na segunda fase.
“Eu acho que estou para entender essa relação. É um clube pequeno, que começou ainda agora. Não somos ainda um clube intermediário. Grandes são Santa Cruz, Náutico, Sport, Salgueiro, que estão brigando. E realmente estamos aqui… não sei explicar. Realmente é um sonho que a gente tinha. Conquistamos no ano passado e, sem falsa modéstia, queremos conquistar esse ano novamente.Vamos brigar para, no ano que vem, disputar novamente e ter ranking na CBF”, acrescentou o presidente.
“É um clube de seis anos de fundação, é muita coisa. É administração, é união do grupo. O povo, a cidade que a gente carrega esse símbolo. É um patrimônio da cidade e da região aqui do Pajeú. Eu parabenizo a torcida que carregou o time, ‘chiava’ com qualquer erro e falha do juiz, mesmo que poucas, e chegava junto. Isso fez com que a gente pudesse vencer o clube do Norte do Brasil”, encerrou.