O técnico Roberto Fernandes viverá amanhã um dia para lá de especial no comando do Náutico. Além de ser comandante da equipe, o pernambucano é torcedor declarado do Timbu. Tudo isso atrelado à possibilidade de fazer o clube levar uma taça do Campeonato Pernambucano depois de 13 anos de jejum (o último título do alvirrubro foi em 2004). O feito pode ser marcante, mas o treinador garante que sabe separar o lado racional do emocional em momentos como esse.
“Eu procuro não misturar as coisas. Eu acho que não é uma exclusividade minha (revelar para que time torce). Tentaram colocar essa saia justa com o Vanderlei (Luxemburgo) quando foi enfrentar o Flamengo (e treinava o Sport). Perguntaram quem foi o campeão de 1987 (Leão ou Urubu) e com a experiência dele, se saiu muito bem. Eu coloco da mesma forma. Não posso deixar o lado pessoal sobrepor os lados racional e profissional num momento tão especial e de tanta responsabilidade como esse”, explicou o alvirrubro.
Se Roberto realmente conseguir se consagrar campeão pernambucano, o título não será o único no hall dos especiais na carreira do treinador. Outro Estadual, conquistado em 2015, já ocupa esse posto. Foi o Campeonato Potiguar, quando Fernandes era técnico do América-RN e foi campeão contra o ABC no ano do centenário de ambos os clubes. Essa, diante do contexto vivido há três anos, é uma das principais conquistas do técnico.
“Eu posso lhe dizer com certeza absoluta que esse seria, como estadual, talvez o mais importante ou de máximo significado para mim. Eu disputei um campeonato em 2015 onde as três equipes de maior tradição do Rio Grande do Norte comemoravam o seu centenário. ABC, América e Alecrim. Então foi um campeonato mega especial”, lembrou. Depois, Roberto ressaltou as condições em que o feito foi conquistado e a repercussão do título até hoje.
“O América ter sido campeão do centenário, contra o seu maior rival, que também comemorava o seu centenário, na casa deles... Se chegar lá no Rio Grande do Norte e perguntar quanto que vale e o quanto significa, não tem preço. Eu acredito que com o Náutico, pelo tempo que está sem ser campeão, vai ter um peso muito parecido”, completou.
A importância e o simbolismo citados por Roberto Fernandes também são vividos no adversário deste domingo. O Central chega pela primeira vez à final do Estadual e tem no técnico Mauro Fernandes o principal nome da sua campanha. Questionado sobre a relação com o experiente profissional de 64 anos, o alvirrubro foi só elogios.
“Mauro eu conheço de muitos anos. Eu tenho uma admiração pelo trabalho do Mauro Fernandes antes de ser treinador de futebol. Nos enfrentamos algumas vezes e ele não tem a quantidade de títulos na carreira de graça. Mauro é uma das grandes raposas do futebol. Como treinador é um cara que conhece muito. Tem bagagem suficiente para saber lidar e conduzir o grupo numa final inédita como é para o Central”, conclui o comandante alvirrubro.