Mesmo há quase dois meses sem receitas no futebol, o Náutico permanece em dia com suas obrigações salariais. Na última semana, pagou o mês de setembro para comissão, jogadores e funcionários. A luta, porém, não poderá terminar sem o apoio da torcida. Em entrevista ao repórter Igor Moura, da Rádio Jornal, o presidente Edno Melo foi categórico: se os torcedores não chegarem junto, o clube não fecha as contas em 2018.
“É muito difícil você administrar um passivo gigantesco que o Náutico tem com uma receita baixa de Série C. Por mais que você faça ajustes, e malabarismo financeiro, é muito complicado manter contas em dia. Estamos fazendo esforço máximo para não deixar passivo para futuras gestões. Mas precisamos muito do apoio do torcedor. Sem eles, não conseguiremos chegar até o final do ano pagando. Aquele sócio que puder ir no clube e antecipar dois ou três meses, faça. O momento de ajudar o clube é agora”, afirmou.
O presidente também lamentou a queda na arrecadação com sócios após a eliminação nas quartas de final da Série C, para o Bragantino. “Na maioria das vezes, observo que o torcedor tem orgulho da transparência e bate no peito para dizer que o time está em dia. Mas, em contrapartida, tivemos menos de 1800 sócios que pagaram setembro. Adimplência muito baixa para manter os custos de um clube como o Náutico”, disse Edno Melo.
Além da ajuda da torcida, uma das possíveis soluções para fechar o ano em dia será a venda de atletas. Casos do volante Luiz Henrique, hoje no Bahia, e do atacante Robinho, emprestado ao Goiás. “Uma das salvações dos clubes, não só do Náutico, é revelar jogadores. Se conseguirmos três ou quatro jogadores comercializados (por ano), a gente consegue dar apoio maior ao futebol profissional e ao clube como um todo. A base é realmente uma das saídas que a gente vê para reverter esse momento tão complicado que o Náutico vive financeiramente”, ressaltou.
Para 2019, novamente na Série C, o Náutico tentará reduzir ainda mais os custos. Para o futebol, a meta é contratar menos de 10 jogadores durante o ano inteiro, aproveitando ainda mais as categorias de base. “O Náutico vai fazer algo que há tempos não se vê em clubes de Pernambuco: contratar menos de 10 jogadores. Serão contratações pontuais. E jamais vamos contratar jogadores para posições em que temos prata da casa sendo revelados”, finalizou.