Tão logo conquistou a vaga para o Mundial de Natação de Barcelona 2013, nos 400 m medley, na última quarta-feira, no Maria Lenk, no Rio de Janeiro, a pernambucana Joanna Maranhão mostrou todo o seu descontentamento com a Confederação Brasileira de Desportos (CBDA). Ela acusa a entidade de privilegiar atletas e deixar a natação, como um todo, em segundo plano. O desabafo da nadadora foi publicado na sua página do Facebook.
Ano passado, Joanna por pouco não deixou a natação competitiva, desgastada por ter sobrevivido ao ciclo olímpico de Londres com pouco apoio. Na realidade, sua ida aos Jogos só foi possível porque a atleta investiu dinheiro do próprio bolso na sua preparação.
“Apesar do momento ser de felicidade e euforia em saber que 10 anos após meu primeiro mundial (2003 em Barcelona), estarei lá novamente entre as melhores do mundo, não posso deixar de dizer que é possível ser atleta de alto rendimento no Brasil sem se vender, se curvar diante de absurdos, pensar somente em si e fazer propaganda enganosa de uma confederação que não ajuda o esporte a crescer como um todo. Quase parei de nadar no ano passado, quase! Mais uma vez com apoio dos “anjos” na terra que tenho ao meu lado, tentei mais uma vez. Não irei me calar, não irei fingir que tendo estrutura ideal, não quero dinheiro só pra mim, que uma natação mais justa, uma natação que cresce junta, portanto, MUDA CBDA”, afirmou.
O “MUDA CBDA” não foi à toa. O movimento foi criado por Julian Romero, irmão do medalhista olímpico nacional Rogério Romero, que tentou bater chapa este ano com a atual gestão, presidida por Coaracy Nunes. Julian, no entanto, não conseguiu se inscrever para o pleito, por não ter conseguido o apoio mínimo de cinco federações.