As corredoras de elite foram as primeiras a largar, às 8h40, na 90ª Corrida Internacional de São Silvestre. Tradicionalmente realizada no último dia do ano, o percurso teve início na Avenida Paulista, perto da Rua Frei Caneca, e a chegada será em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, na mesma avenida. Às 9h, foi a vez dos atletas de elite masculino. Logo em seguida, quase 30 mil corredores anônimos lotaram as ruas da capital paulista. Antes da largada dos atletas de elite, cadeirantes também disputaram a prova.
Entre as favoritas para vencer a prova está a queniana Nancy Kipron, campeã da edição de 2013. Outro destaque é a também queniana Priscah Jeptoo, ganhadora da São Silvestre 2011 e medalha de prata na maratona nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e no Mundial de Daegu 2011. A maior chance de pódio no feminino para o Brasil é com a catarinense Joziane da Silva Cardoso.
No pelotão masculino, o favoritismo também é dos quenianos, com Mark Korir e Stanley Koech, que conquistaram o segundo e terceiro lugares no ano passado, respectivamente. O etíope Tariku Bekele, medalha de bronze nos 10 mil metros nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, será forte concorrente para os atletas do Quênia. Na disputa pelo Brasil, Giovani dos Santos, que conquistou o quarto lugar em 2012 e 2013, é uma das promessas de pódio.
Antes de começar a prova, o clima é de grande celebração na Avenida Paulista. Fantasias e mensagens de brasileiros de todas as partes do país fazem da São Silvestre uma corrida especial. É o que acha o pernambucano Luciano Pereira, 48 anos. “Quem corre e não vem aqui, não pode dizer que é corredor. É muito especial”, disse ele, que viaja especialmente para a prova há 7 anos. Luciano faz questão de participar fantasiado com as cores da bandeira do seu estado. “É uma homenagem a Pernambuco e ao povo do Nordeste”, explicou.
O engenheiro eletrônico Dinael Wolf, 43 anos, aproveita a visibilidade da corrida para trazer uma mensagem. “Sou transplantado e trago sempre uma mensagem de conscientização sobre a doação de órgãos”, disse. Desta vez, ele trouxe um cartaz, no qual estampa a foto de Júlia, uma brasiliense de 1 ano e 5 meses que precisa de um coração. “A São Silvestre é para celebrar uma nova vida. Uma segunda chance que tive”, declarou. O engenheiro pretende terminar a prova, mas lembra que a vitória hoje será convencer pelo menos uma pessoa sobre a importância da doação de órgãos.
O administrador Renato Sarli também trouxe mensagem. “Corro a São Silvestre há 30 anos e sempre trago um recado. Aqui é sobre a economia de água”, explicou ao mostrar o chuveiro que montou com pedaços de plástico. O grupo da academia de Benedito Paes, 56 anos, veio com perucas coloridas para celebrar a chegada do novo ano. “A peruca atrapalha um pouco na hora de correr. Mas estamos aqui todos juntos para comemorar também”, explicou.
Na grade que separa o público dos corredores, Meire Freitas, 62 anos, conta que teve que chegar cedo para ficar o mais próximo possível dos atletas. “Essa corrida é um orgulho. Venho pela festividade, pela confraternização”, declarou.