Número de inscritos é decrescente na Refeno

Crise econômica é apontada como apenas um dos motivos do esvaziamento
Luana Ponsoni
Publicado em 27/09/2015 às 8:45
Crise econômica é apontada como apenas um dos motivos do esvaziamento Foto: Divulgação


Em 2012 foram 89 barcos inscritos. No ano seguinte, o número caiu para 77. Nova baixa aconteceu em 2014, com 67 embarcações participantes. Nesta edição da Regata Internacional Recife Fernando de Noronha (Refeno), que teve largada realizada no sábado (26), no Marco Zero, houve nova regressão nos números. Apenas 53 barcos tiveram seus formulários de inscrição preenchidos. A queda verificada ano após ano na quantidade de embarcações participantes em uma das maiores provas oceânicas do Brasil e da América Latina, no entanto, não é vista com preocupação pelo comodoro do Cabanga Iate Clube de Pernambuco, Jaime Monteiro.

“Essa oscilação costuma acontecer porque, nos anos pares, contamos com muitos barcos agregados, vindos do Cruzeiro Costa Leste. Essas embarcações saem da Argentina e vêm subindo a nossa costa pelo Sul do Brasil. Esse evento chega a trazer uma média de 12 embarcações para a Refeno nos anos em que é realizado”, justificou.

Apesar de ser menor que a quantidade de inscritos dos últimos anos, as 53 embarcações que oficializaram suas participações na Refeno 2015 não chega a ser o número mais baixo já contabilizado pela regata. Em 2011 (novamente um ano ímpar), houve apenas 47 barcos na prova.

“A gente recebeu o número de inscrições deste ano até com certa surpresa, tendo em vista a não realização do Cruzeiro Costa Leste e o atual cenário econômico. Até para que haja um certo equilíbrio e conforto na Ilha, o ideal de barcos participantes é de 60 a 70”, disse Jaime Monteiro. “O Cabanga está em festa. Estamos realizando a regata mais alegre e descontraída dos últimos tempos. Uma verdadeira celebração da vela brasileira. Uma festa de velejador para velejador”, completou.

Ainda assim, o esvaziamento da Refeno a cada nova edição vem sendo sentida por alguns dos velejadores mais “fieis” à regata. Prestes a contabilizar 27 edições da prova, o aposentado Emílio Russel é o único a ter participado de todas as regatas já realizadas entre o Recife e o arquipélago de Fernando de Noronha. Por esse motivo, ele esteve no comando de uma das 146 embarcações que confirmaram presença na prova em 2004, até hoje o recorde de inscritos da disputa.

“É algo que eu lamento profundamente. Já chegamos a ter 146 inscritos na edição de 2004. Para mim, existem três fatores que colaboram para essa redução. O momento que o Brasil atravessa dificulta muito. Tem as exigências que a Marinha do Brasil vem fazendo, apesar de eu concordar, no que diz respeito a equipamentos de segurança. Antigamente não tinha nada disso. O excesso de taxas cobradas em Noronha também prejudica”, comentou.

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