Dezessete dias após o encerramento da Olimpíada, o Rio de Janeiro volta a se organizar para receber outro grande evento esportivo: os Jogos Paralímpicos, entre os dias 7 e 18 de setembro. O evento aporta no Brasil para realizar sua 12ª edição, a primeira na América Latina e na América do Sul. No total, a capital carioca receberá 4.350 para-atletas de 160 países, que vão disputar 23 modalidades. Já a delegação nacional conta com o número recorde de 285 representantes (185 homens e 100 mulheres). O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) estabeleceu como meta concluir a competição na quinta colocação do quadro geral de medalhas.
O objetivo da Paralimpíada é ambicioso, mas totalmente tangível para os brasileiros. “Estabelecemos metas, seguimos um cronograma e estamos prontos para a reta final de preparação e para a competição”, constatou o presidente do CPB, Andrew Parsons. O dirigente tem razão. Afinal, o esporte paralímpico do País configura uma das potências internacionais. Para se ter uma ideia, na edição dos Jogos de Londres, em 2012, o Brasil terminou em sétimo, com 43 medalhas, sendo 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze. Na quinta colocação do evento ficou a Austrália com 84 pódios, 32 ouros, 22 pratas e 30 bronzes.
Outro fator que deve influenciar na configuração do quadro de medalhas e, assim, beneficiar o Brasil é a ausência da Rússia. O país europeu foi banido da competição após o escândalo dos casos de doping gerenciados pelo governo. Os russos têm tradição e sempre conquistam resultados expressivos. Em Londres-2012, por exemplo, eles ficaram na vice-liderança da classificação, com 102 medalhas (36 ouros, 39 pratas e 27 bronzes). A China ficou em 1º na edição passada (95 ouro, 71 de prata e 65 de bronze).
A pernambucana Rosinha se recuperou de um câncer e disputa sua quarta paralimpíada
Uma das principais apostas do CPB recai sobre o para-atletismo, modalidade que reúne fortes nomes com possibilidade de pódio na Rio-2016. A entidade espera que os brasileiros conquistem entre 11 e 14 medalhas de ouro. Para isso, a pista do Estádio Olímpico receberá 61 para-atletas nacionais. Entre eles estão Terezinha Guilhermina, Lucas Prado, Yohansson Nascimento, Petrúcio Ferreira, Alan Fonteles e Verônica Hipólito. Todos eles têm chances reais de subir ao lugar mais alto do pódio de suas respectivas provas e classes. A maioria deles, inclusive, vai competir em mais de uma prova, podendo trazer mais de uma medalha para o Brasil.
Daniel Dias reúne 15 medalhas paralímpicas
A natação é outra modalidade bastante forte no Brasil. Só André Dias apresenta um currículo com 15 pódios paralímpicos – dizem que ele é o “nosso Michael Phelps”. Outros destaques são André Brasil, com 10 medalhas paralímpicas, e Clodoaldo Silva, com 13 pódios no evento. Na natação, segunda modalidade com mais medalhas paralímpicas, o País tem 83 medalhas, sendo 28 ouros, 27 pratas e 28 bronzes. Judô, futebol de 5, esgrima em cadeira de rodas, bocha, goalball e vôlei sentado são outros esportes fortes e que devem trazer conquistas para o Brasil.