Após a vitória do inglês Lewis Hamilton no GP do México - o alemão Nico Rosberg, o líder da temporada, foi o segundo -, o título da Fórmula 1 em 2016 poderá ser decidido no novo autódromo de Interlagos, em São Paulo. Depois de uma grande reforma, iniciada em 2014, o local está pronto para o GP do Brasil, no dia 13 de novembro, a próxima e penúltima etapa da temporada. Com orçamento de R$ 160 milhões, a obra atendeu às exigências da FIA para diminuir a defasagem em relação aos circuitos internacionais nos quesitos segurança e comodidade para as equipes e espectadores.
Com a reforma, a principal tendência é que a pista fique mais rápida. Na primeira etapa do redesenho, em 2014, cerca de 20 mil toneladas de asfalto foram utilizados para a troca completa da pista por um tipo menos abrasivo. No mesmo ano, os três primeiros pilotos no grid quebraram o recorde da pole position, que já durava 10 anos e havia sido estabelecido pelo brasileiro Rubens Barrichello.
Nesta semana, o asfalto passa por um processo para retirar a borracha acumulada nos últimos dois anos. Esse trabalho, realizado com uma máquina especial, a mesma utilizada em aeroportos, vai permitir o aumento de aderência. O novo perfil de lavadeiras (zebras) na curva 2, S do Senna, Pinheirinho e Bico do Pato também pode contribuir com novas marcas.
No último sábado, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), inaugurou as obras no paddock, área atrás dos boxes, onde quase tudo acontece na Fórmula 1. A cada ano, as equipes precisam de mais espaço para os escritórios, onde são realizadas as reuniões de trabalho. Na Europa, isso é resolvido por motor home. Só o edifício de apoio de Interlagos, espaço dedicado aos escritórios das equipes e à área VIP do autódromo, na parte superior, terá 6 700 metros quadrados. "Nosso desafio foi realizar uma obra necessária para manter a corrida em São Paulo e conseguimos", afirmou o promotor da prova, Tamas Rohonyi.
O centro operacional, de cinco pavimentos, concentra o controle da corrida e o box zero, local da balança para os carros. Interlagos, agora, conta com três boxes a mais do que no ano passado, por exemplo. Todos ganharam uma área a mais, que as escuderias poderão usar como escritório, cozinha, banheiro ou sala de reuniões.
Novas grades de segurança para o Laranjinha e Subida do Café, manutenção de barreira de pneus e defensa metálica, além das habituais pinturas, são os detalhes finais.
A última grande reforma do autódromo havia sido realizada em 1990, quando a então prefeita Luiza Erundina promoveu reformas para a realização do GP em São Paulo após 10 anos de disputa em Jacarepaguá, no Rio. Naquela ocasião, a FIA exigiu uma redução do traçado, que passou de 7,960 km para 4,325 km - extensão atual.