Após uma longa investigação interna, a Conmebol comprovou nesta quarta-feira uma série de irregularidades em suas contas nas gestões de Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout. De acordo com as provas apresentadas em congresso extraordinário realizado em Santiago, no Chile, quase US$ 130 milhões foram desviados no futebol sul-americano entre 2000 e 2015.
A investigação foi liderada pela própria Conmebol e conduzida pela empresa Ernst & Young, a mesma que trabalhou na investigação de corrupção na Fifa. No relatório, apresentado nesta quarta, foram denunciados desvios de US$ 128,6 milhões (quase R$ 410 milhões), e alguns dos dirigentes da entidade sul-americana disseram acreditar que a quantia pode superar os US$ 140 milhões.
Foram confirmados desvios de US$ 26,9 milhões para contas pessoais de Nicolás Leoz, US$ 33,3 milhões em transferências bancárias para contas não identificadas, US$ 10,4 milhões em instruções de pagamentos a terceiros suspeitos e US$ 55 milhões em transferências bancárias a favor de terceiros sem suporte documental adequado.
Ainda de acordo com o relatório apresentado pela Conmebol, os três ex-presidentes e outros ex-dirigentes envolvidos nos desvios deverão ser investigados por apropriação, associação criminal, lavagem de dinheiro e lesão de confiança.
Nicolás Leoz foi presidente da Conmebol de 1986 a 2013 e seria o responsável pela maior parte destes delitos. Ele está em prisão domiciliar em Assunção e aguarda pedido de extradição para os Estados Unidos. Já Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout sucederam Leoz em curtos períodos e também estão presos por envolvimento em casos de corrupção.