Todo Duro, um eterno provocador

Luciano Todo Duro gosta de provocar o eterno rival Reginaldo Holyfield. Os dois se reencontraram essa semana no lançamento de "A Luta do Século"
JC Online
Publicado em 18/03/2018 às 7:05
Luciano Todo Duro gosta de provocar o eterno rival Reginaldo Holyfield. Os dois se reencontraram essa semana no lançamento de "A Luta do Século" Foto: Divulgação


“Holyfield está com Mal de Parkinson, está doido. Daqui a dois anos ele estará morto. Eu queria ser amigo dele, para fazer outra luta e matá-lo novamente”. A declaração em tom provocativo é do pernambucano Todo Duro, que voltou a ganhar notoriedade com o lançamento de “A Luta do Século”. O documentário está em cartaz nas principais salas de cinemas do Brasil e conta a trajetória de dois ícones do boxe nacional: Reginaldo Holyfield e Luciano Todo Duro. A rivalidade entre os lutadores é a marca registrada para chamar a atenção. De um lado, as brincadeiras sem noção de Todo Duro, do outro, a sisudez de Holyfield, que não aceita as provocações e parte para a porrada com o rival.

É justamente desse “fuzuê” que Luciano Horácio Torres, o Todo Duro, gosta e não consegue viver sem. Não tem limite para as provocações, é sem freio. Em seu tempo livre, ele revelou que gosta de treinar, correr e brincar com os sobrinhos. É um cara da família, de bom coração. Mas ele gosta mesmo é de provocar o eterno adversário baiano. Os dois apresentam trajetórias bem similares e se encontraram há 25 anos, no auge de suas carreiras esportivas. Travaram lutas tão emblemáticas que a rivalidade é explorada até hoje. No total, foram sete duelos, quatro vitórias para o pernambucano e três para o baiano. O último encontro aconteceu em 2015, durante as gravações do documentário. O momento resgatou o histórico dos confrontos e nomeou o confronto como “A Luta do Século”.

TRIUNFOS E DERROTAS 

Todo Duro triunfou. E então surgiram novas provocações para lançar ao adversário. Questionado sobre se há algum arrependimento na vida, o pugilista novamente mencionou Holyfield. “A única coisa que me arrependo é ter deixado o Negão doido. Eu nocauteei ele quatro vezes e quando o lutador é nocauteado fica doido. Aconteceu com ele, com Maguila”, observou. Dono de uma personalidade resistente, Todo Duro foi derrotado em algumas lutas, mas seu maior nocaute foi a perda da esposa Iranir. “Ela é a pessoa e a coisa que me faz mais falta. É uma perda, uma saudade, que vou levar pelo resto da vida. Ela era uma pessoa sensacional. Eu era casado com ela e com mais outra, mas quando ela morreu eu deixei todo mundo. Não esqueço nunca”, comentou sobre a ex-esposa, vítima de câncer.

Morador de uma comunidade no bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, o lutador tem hoje 52 anos. Suas raízes são humildes. Passou fome, mas conseguiu driblar a miséria com o esporte. No passado, sagrou-se campeão pernambucano, norte/nordeste, brasileiro, continental e mundial, pela World Boxe Federation. Ostentou. Gastou o dinheiro todo. “Estou bem. Com saúde, que é o mais importante. E não me falta nada. Sou feliz com tudo o que conquistei e com as pessoas que gostam de mim e estão ao meu lado”, ponderou.

Todo Duro não brinca mais em serviço. Agora conta com a ajuda da filha caçula, Luana Torres, para administrar sua vida financeira. Aos 18 anos, ela acompanha o pai em todos os lugares e não deixa passar nada. “Se não fosse Luana já estaria com minha mulher há muito tempo. Eu faço tudo o que ela quer. Ela manda e desmanda”, contou sobre uma das pessoas mais importantes de sua vida. Ao lado da filha querida, o boxeador aproveita essas semanas que garantem notoriedade. Para divulgar o filme, já viajou para Fortaleza, São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. Concedeu entrevistas e não mediu palavras e provocações. “A gente precisa se colocar na mídia, né”?, observou. Sonha com novas oportunidades de luta, investimentos e episódios de protagonismo.

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