O fã de NBA no Brasil viverá sensações opostas na temporada 2018/2019, que começa dia 16. Se por um lado o número de jogadores brasileiros na liga caiu, por outro o melhor basquete do mundo nunca teve os olhos tão voltados para o país. O interesse tem motivo: o mercado nacional está cada vez mais atraente.
"O brasileiro gosta, acompanha e entende de esportes. E o basquete vem crescendo nos últimos anos", disse o veterano Anderson Varejão, ex-Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors, em entrevista ao Estado. "Cada vez que voltava ao Brasil, eu sentia o aumento de interesse das pessoas. A paixão cresceu bastante, o basquete vem ganhando seu espaço."
O aumento no número de jogos transmitidos, as inaugurações de "casas" voltadas à liga e até o convite para que times do Brasil enfrentem os da NBA fazem parte do investimento. Nesta sexta-feira (5), o Flamengo, de Varejão, encara o Orlando Magic, na Flórida.
Chefe da NBA no País, Rodrigo Vicentini explicou que o Brasil é "o segundo mercado mais estratégico para a NBA no mundo", atrás somente da China. "Temos aumentado a nossa presença ano a ano, investindo em vários segmentos, e o resultado tem sido excelente Não apenas no "tamanho" do jogo, em exposição na mídia, transmissões e parceiros, mas em estar mais perto do público, trazendo novas plataformas, ativando as marcas, criando mais oportunidades e ambientes", comentou.
De fato, o investimento passa por levar o fã brasileiro o mais próximo possível da experiência que a NBA proporciona. Se são poucos os que têm condições de ir aos Estados Unidos assistir a uma partida, a liga promoveu nas últimas duas temporadas a NBA Finals, uma casa na avenida Paulista para a transmissão das finais. No mês passado, inaugurou a NBA Basketball School, que permite que qualquer entidade com escolinhas de basquete para jovens de 6 a 17 anos possa adquirir seu método de desenvolvimento. A liga também trouxe lojas para o País e projeta a estreia do NBA Café para 2019.
"Estamos oferecendo experiências aos fãs, trazendo nossas melhores plataformas para o Brasil e expandindo a liga localmente", conta Vicentini. "A NBA é mais do que uma liga esportiva, é uma marca que respira experiência e "lifestyle". A NBA é consumida não apenas pelo fã de basquete. É forte entre aqueles que enxergam a liga como cultura, moda e estilo."
O dirigente garantiu que o mercado brasileiro já é uma realidade rentável. "O investimento é cada vez maior e mais bem planejado. Para crescer, é preciso investir, e isso tem muito a ver com a forma como a liga enxerga o Brasil, em como acredita no negócio e no esporte e em como o País recebe a NBA."
Se fora de quadra, o Brasil é cada vez mais atraente à NBA, dentro a realidade é outra. Dois anos após ter nove atletas do País em suas equipes, a liga tem apenas três garantidos para esta temporada: Raulzinho, do Utah Jazz, Cristiano Felício, do Chicago Bulls, e Nenê, do Houston Rockets. Bruno Caboclo tem vínculo com os Rockets para a pré-temporada e sua permanência ainda é uma incógnita.
"Isso é do esporte. Todos os anos, dezenas de atletas chegam à NBA, outros saem, há trocas entre as franquias... Faz parte da modalidade", entende Varejão. "Temos uma renovação, temos jogadores de talento surgindo, isso vai fazer o nosso basquete seguir forte."