''Ser mãe é cuspir para cima e cair na sua testa'', brinca Joanna Maranhão

Pernambucana achava que não sentiria enjoos ou seria mais ativa durante a gestação de Caetano
Karoline Albuquerque
Publicado em 29/03/2019 às 9:07
Pernambucana achava que não sentiria enjoos ou seria mais ativa durante a gestação de Caetano Foto: Foto: Reprodução/Instagram @Jujuca1987


Aos cinco meses de gestação, a ex-nadadora pernambucana Joanna Maranhão vive com intensidade esse diferente momento. A gerente de rendimento e inclusão da Secretaria Executiva de Esportes do Recife se vê diferente do que imaginava antes de engravidar, como explicou durante o JC Esporte10, da Rádio Jornal, na quinta-feira (28).

"Eu acho que ser mãe é cuspir para cima e cair todo o cuspe na sua testa desde quando fica grávida. Eu achava que ia ser a grávida mais sarada e mais ativa, que não ia enjoar, que ia ter uma alimentação saudável e de repente você vê que não é bem assim. Percebe que está enjoada, preguiçosa apesar de ser atleta. Acorda e tem que entender que existe a saúde para aquela criança que está vindo", comentou.

Como atleta, ela cita a norte-americana Dana Vollmer, medalhista de ouro na Olimpíada de Londres 2012 em três modalidades na natação. Após os jogos, engravidou. Em seguida, Vollmer se preparou para a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e também conquistou medalhas. Um ano depois, foi mãe mais uma vez.

"Ela está tentando Tóquio (Olimpíada 2020). Eu acho incrível. Isso é uma mulher maravilha. Passa pela questão de que ela mora nos Estados Unidos, tem todo um suporte. Mas fico imaginando e até olhando para o meu corpo hoje, que já passou dos 80 kg, que não vai caber numa raia nunca mais. Ainda que eu cogitasse, não daria", pondera.

 

Em seu trabalho na secretaria, Joanna passa a enxergar em cada criança seu bebê. Assim, ela ressalta a necessidade de que crianças aprendam a nadar, podendo começar a partir os 6 meses de idade. Não por ser sua área esportiva, mas por questão de segurança. "A segunda causa de morte no Brasil de crianças até 9 anos de idade é afogamento. Acho que é uma questão de segurança, de saúde pública. Que a criança saiba pelo menos ter segurança em ambientes aquáticos, em um país com praia, rio", alerta.

Em dados divulgados em 2018, o Ministério da Saúde informou que 17 pessoas morrem diariamente no Brasil por afogamento. Três dessas pessoas são crianças. No mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o afogamento é a principal causa de morte de crianças pequenas.

Mesmo com todas as preocupações, a pernambucana, contudo, aclama seu momento. Ela qualifica a gestação como algo transformador e muito bonito. Durante o dia, Joanna se pega pensando no futuro constantemente. Desde creche a plano de saúde para Caetano, seu filho com o judoca olímpico Luciano Corrêa. E por ser filho de dois atletas de alto rendimento, será incentivado desde cedo à prática esportiva, algo relacionado diretamente à saúde. 

"Morro de medo que ele escolha essas duas (natação e judô) e que haja alguma comparação para ele. Ele vai ter isso dentro dele. A gente copia nossos pais de alguma maneira. Mas não quero que ele passe pelo que meu irmão caçula passou. Ele tinha 8 anos, um treinador disse 'a sua irmã na sua idade já era muito mais rápida que você' e ele desistiu de nadar. Eu acho isso cruel demais. Temo que alguém faça isso com meu filho. Se fizer, vai se ver com a mamãe dele", completou Joanna Maranhão.

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