Atletas russos foram banidos dos Jogos Olímpico e Paralímpicos do Rio de Janeiro por conta dos casos de doping sistemático no país. Para tentar dar o troco, na tarde desta terça-feira, hackers russos invadiram um banco de dados da Agência Mundial Antidoping (Wada) e publicaram os dados médicos confidenciais de alguns atletas norte-americanos.
A entidade declarou que o ataque, que visava membros da equipe feminina norte-americana que competiu na Olimpíada, foi realizado por um grupo de espionagem cibernética russa chamado Fancy Bears. Os hackers revelaram registros de utilização terapêutica que permitem o consumo de substâncias que são proibidas desde que haja necessidade médica. Essas publicações incluiriam a ginasta Simone Biles e as tenistas Serena e Venus Williams.
"Esses atos criminosos estão comprometendo muito o esforço da comunidade antidoping mundial para restabelecer a confiança na Rússia", disse o diretor-geral da Wada, Olivier Niggli, em um comunicado. No mês passado, hackers obtiveram uma senha da corredora russa Yuliya Stepanova, uma delatora e testemunha-chave para as investigações da Wada. Ela e seu marido, um ex-dirigente da agência antidoping da Rússia, agora estão vivendo em um local secreto na América do Norte.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que "condena veementemente tais métodos que se destinam claramente a manchar a reputação dos atletas limpos". "O COI pode confirmar, porém, que os atletas mencionados não violaram nenhuma regras antidoping durante os Jogos Olímpicos Rio-2016", disse o organismo olímpico.