Principal aposta do Santa Cruz na atual temporada, o jovem Raniel, de apenas 18 anos, tem tudo para deslanchar na equipe tricolor. Habilidoso, rápido e dono de um passe diferenciado, bastou algumas partidas para cair nas graças do técnico Ricardinho. A cada rodada vai se consolidando no time titular e agradando a exigente torcida tricolor. Só que ele ainda não está totalmente à vontade.
Como joga respaldado de um efeito suspensivo, ele teme que a qualquer momento possa receber uma notícia negativa e tenha que ficar novamente fora dos gramados, como chegou a acontecer na segunda rodada, diante do Serra Talhada, depois que o recurso acabou sendo revogado e ele sequer viajou para o Sertão.
Raniel foi pego no exame antidoping, que flagrou uma substância ilegal não informada, no dia 20 de fevereiro de 2014, quando o Santa Cruz enfrentou o Náutico pelo Campeonato Pernambucano. Naquele dia, ele sequer saiu do banco de reservas. Em julho, o Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco (TJD-PE) lhe deu uma suspensão preventiva e, em dezembro, veio o gancho de um ano do mesmo TJD-PE.
Depois de 30 dias longe dos gramados, Raniel conseguiu um efeito suspensivo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro deste ano. A liminar chegou a ser caçada, mas o Santa Cruz conseguiu outra para o atleta continuar atuando enquanto o julgamento não é marcado. Caso o meia seja punido pelo STJD, ele cumprirá os 11 meses restantes.
“Fico tenso com a liminar. Tenho bastante medo de estar escalado para uma partida e, de última hora, não poder jogar. Mas será da vontade de Deus. Uma hora vou ter que pagar”, disse.
Dos seis jogos no Pernambucano, Raniel atuou em cinco deles. Contra Sport, Central e Salgueiro, ele foi acionado no segundo tempo. Já nos dois clássicos contra o Náutico, o meia jogou como titular e não tremeu com a responsabilidade de armar as jogadas. “Estava um tempo afastado, mas agora com essas oportunidades estou conseguindo mostrar o meu potencial novamente”, disse o meia, que ganhou a concorrência mesmo com tantas opções para o setor. “Fico até um pouco constrangido porque muitos atletas vieram de fora, de equipes grandes, mas o professor vai optar por quem estiver melhor condicionado”, completou.