Vazio? Só se for na arquibancada. O coração dos poucos – é verdade – torcedores que foram ao Arruda estava cheio de orgulho por apoiar o Santa Cruz nessa penosa reta final da Série A do Brasileiro de 2016. Apenas 3.221 mil tricolores estiveram presentes e eles não se arrependeram. Isso muito antes ser dado o apito inicial ao jogo. Ainda sem ter visto a garra do time dentro de campo, já era exaltado o papel da torcida fora dele.
Meia hora antes da bola rolar quem passou pelos arredores do Arruda talvez tenha duvidado de que, de fato, era dia de jogo do Santa Cruz. Nas ruas, antes bastante movimentadas, se podia andar tranquilamente. Os indícios de partida vinham muito mais da presença da polícia, imprensa e ambulantes do que propriamente da quantidade de torcedores nas redondezas. Mas estavam lá sim.
Leia Também
Em meio ao vazio da Rua das Moças, o ambulante João Batista da Silva que veio de São Lourenço da Mata tentava vender bandeiras do time. “Em dias de jogos eu costumo vender 30, 40 bandeiras. Agora faltando pouco tempo pra começar a partida só vendi cinco. Só que mais do que vendedor, eu sou sócio, torcedor, apaixonado pelo Santa Cruz e vim aqui pra apoiar o meu time. Ele é a razão da minha vida”, disse.
Não muito distante de lá, o vigilante Flávio Torres com a maior facilidade passava pela tranquila área de bilheteria para comprar o seu ingresso. “Eu moro no Janga, peguei dois ônibus pra vir pra cá no meu dia de folga e gastei dez reais no ingresso. Mesmo com a situação financeira ruim, pra mim é um dinheiro bem gasto, pelo Santa Cruz faço qualquer coisa”, afirmou.
Nem o rebaixamento diminui a paixão o do torcedor. “Mesmo se o Santa Cruz perder, eu mesmo venho para ver o time em campo, para empurrar ele. Eu não me arrependo de estar aqui. E domingo se você estiver aqui garanto que vai me ver de novo”, garantiu Flávio, em referência ao jogo contra o Grêmio, próximo domingo, no Arruda.