Há dois anos, em times amadores do interior da Bahia, às vezes ele não tinha nem chuteira para jogar. Contratado pelo Santa Cruz na semana passada, Halef Pitbull teve seu nome gritado pela torcida coral em sua estreia, no centenário do Clássico das Emoções. Definitivamente, a ascensão do atacante, de 22 anos, no futebol foi relâmpago.
Com menos de uma semana no Recife, o jogador já é candidato a xodó da torcida. Em entrevista ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), Halef contou do início difícil na Bahia até a expectativa de ter a maior chance da carreira no Tricolor do Arruda.
Nascido e criado na cidade baiana de Potiraguá, a 681 km da capital Salvador, Halef não passou por categorias de base no futebol. Até 2015, jogava em equipes amadoras do Centro-Sul baiano. Lá, sentiu na pele a face mais cruel do futebol: o esquecimento.
“Na carreira do jogador, a gente passa por muita coisa. Muitas vezes cheguei para treinar e não tinha chuteira. Mesmo assim, mantive o equilíbrio e acreditei que meu dia ia chegar. Lutei e dei o meu melhor para que, quando a oportunidade aparecesse, estar de braços abertos para agarrá-la”, afirmou.
A chance no profissional apareceu ainda em 2015, pelo Vitória da Conquista. De lá, passou por Flamengo da Bahia e Atlântico (BA) antes de abrir os olhos do mercado, na temporada seguinte. Pelo Sete de Setembro (MS), foi campeão e vice-artilheiro do Estadual.
Voltando para o Vitória, conquistou o título e a artilharia da Copa do Governador do Estado, com seis gols em sete jogos. No final do ano, foi negociado em definitivo pelo Cruzeiro, que o emprestou ao Santa Cruz até o final de 2017.
No Tricolor do Arruda, um candidato a xodó em menos de uma semana. Halef chegou ao clube na última quinta, treinou entre os titulares na sexta e já estreou no clássico contra o Náutico, no sábado. Com a torcida, conexão instantânea. Contra o Timbu, cada vez que pegava na bola, Pitbull ouvia latidos da arquibancada. Ao final do jogo, muitos aplausos.
“Sinceramente, tudo aconteceu muito rápido aqui. Não esperava isso, principalmente da maneira que aconteceu. Não jogava há dois meses e já pude estrear em clássico. Minha cidade parou para assistir ao jogo, e ouvir os latidos da torcida foi muito emocionante. Vou trabalhar dentro de campo para retribuir esse carinho da torcida”, finalizou o jogador.