Clubes de futebol mais antigos do Estado, Náutico (fundado em 1901, mas com futebol em seus quadros a partir de 1909) e Sport (de 1905) voltam a ficar frente a frente em uma decisão de Campeonato Pernambucano. O Leão derrotou o Salgueiro por 3x1, neste domingo (7/4), na Ilha do Retiro, e se classificou para a final, que já tinha o Timbu de camarote – eliminou o Afogados na última quarta-feira.
O alvirrubro, atual campeão estadual, tem um longo tabu para quebrar: não derrota o rival em uma final de campeonato desde 1968, quando ganhou seu emblemático hexacampeonato – de 1963 1968. De lá para cá, foram nove decisões, com os rubro-negros levando a melhor em todas.
No geral, Sport e Náutico decidiram o Estadual 17 vezes. O Leão saiu com a taça 11 vezes, contra seis do Timbu. O primeiro encontro valendo troféu foi pelo Campeonato Pernambucano de 1951. O Náutico venceu por 1x0, nos Aflitos. E foi um título especial, pois marcou o cinquentenário do clube da Rosa e Silva. A decisão do certame de 1951, na verdade só ocorreu em fevereiro de 1952 – como se vê, problemas de calendário já afetavam o nosso futebol no passado. O gol da vitória do Náutico na melhor de três foi marcado por Fernandinho, que aliás acabou como artilheiro da competição.
Três anos depois, nova decisão entre os dois times. E novo triunfo vermelho e branco. O empate por 1x1, já em fevereiro de 1955 (outra vez o torneio adentrou pelo ano seguinte) na Ilha do Retiro garantiu a taça ao Náutico, que já tinha vencido um jogo e empatado outro na melhor de três. O gol foi de Hamílton, que fazia ótima dupla de ataque com Ivson. Géo fez o do Sport. O detalhe é que todos os jogos do campeonato foram na Ilha do Retiro. Os Aflitos estava em reforma e o Arruda ainda não existia.
Já no campeonato de 1955, o Sport foi à forra e derrotou o rival na decisão, 3x2, nos Aflitos, em janeiro de 1956. Era o ano do cinquentenário do Leão. E para não fazer feio, o Sport trouxe do Rio de Janeiro o badalado treinador Gentil Cardoso. Ele montou a famosa linha com Traçaia, Naninho, Gringo, Soca e Géo. Em 1961, nova decisão entre rubro-negros e alvirrubros. De novo deu Sport por 3x2, só que agora na Ilha do Retiro. A estrela do Leão era o uruguaio Betancour, conhecido como “o bigode que joga”.
Os anos de 1960 ainda reservariam mais quatro finais entre os rivais. Todas foram ganhas pelo Náutico: em 1963, 1965, 1966 e 1968, último ano da saga do hexa, o famoso gol de Ramos, na vitória por 1x0 nos Aflitos. O detalhe é que, em 1966, o Timbu massacrou o Leão por 5x1 na decisão, no Eládio de Barros Carvalho. O Náutico, treinado por Duque, tinha Ivan Brondi no meio de campo, Miruca, Bita, Nino e Lala no ataque. Um esquadrão que, um mês antes tinha metido 5x3 no Santos de Pelé no Pacaembu, pela Taça Brasil.
Nos anos de 1970, o Sport se deu bem em duas finais, em 1975 e 1977. Foram títulos especiais. O primeiro, com a vitória por 1x0 nos Aflitos, gol de Assis Paraíba, encerrou o jejum de 12 anos sem títulos. Já em 77, no Arruda, o famoso gol de Mauro, na segunda prorrogação. Mais duas finais ocorreram nos anos de 1980. Em 1981, 2x0 (Denô e Roberto Coração de Leão), na Ilha – o jogo contra o Náutico foi o último do supercampeonato. No mesmo palco, em 1988, 4x1 para os donos da casa, gols de Robertinho, Augusto e Ribamar (2).
Em 1991, 1992 e 1994 também deu festa em vermelho e preto. No bi, destaque para a dupla Hélio e Moura. No último, para a geração de Juninho Pernambucano, Chiquinho e Leonardo. As últimas finais foram em 2010, 1x0 para o Sport na Ilha, gol de Leandrão, e em 2014, 1x0 para o Sport na Arena, gol de Durval.