Se o Brasil quebrou sua própria marca nos Jogos Olímpicos de Londres, conquistando 17 medalhas, três delas de ouro, e terminando na 22ª colocação, a perspectiva nas Paralimpíadas, que vai de 29 de agosto até 10 de setembro, é bem mais otimista. A projeção do Comitê Paralímpico Brasileiro é ficar entre os sete melhores no quadro geral de medalhas. Subindo ao pódio pelo menos 50 vezes.
Longe de ser uma potência paralímpica (o termo agora é universal), o Brasil pelo menos é bem mais respeitado desportivamente nestes Jogos não convencionais. Até mesmo porque possue alguns dos melhores atletas do mundo em diversas modalidades, como os nadadores Daniel Dias e André Brasil, recordistas mundiais em suas respectivas categorias, além dos também campeões Teresinha Guilhermina, Odair Silva e Lucas Prado, todos detentores das melhores marcas no atletismo. Sem falar nos esportes coletivos, como o futebol de 5 (para cegos) ou de 7 (paralisados cerebrais).
A delegação brasileira é formada por 318 pessoas, sendo 182 atletas, disputando 19 das 20 modalidades. No paradesporto, uma competição como os 100m rasos no atletismo ou os 50m livres na natação pode ter várias categorias, dependendo da deficiência dos competidores. Há atletas portadores de paralisia cerebral ou com deficiência visual e motora. As provas são divididas por grau em cada um de seus grupos.
Candidato a oito medalhas, o paulista Daniel Dias será o porta-bandeira na cerimônia de abertura. “Estou extremamente honrado em poder representar todo o povo brasileiro, meus 181 amigos e companheiros de Paralimpíada, e, em especial, toda a comunidade de pessoas com deficiência do Brasil”, falou, emocionado, Daniel, que nasceu sem parte de um dos braços e das duas pernas.
A delegação fica em Manchester até quarta-feira (22), quando ingressa na Vila Paralímpica, em Londres, a mesma utilizada nas Olimpíadas. O Brasil tem representantes nas modalidades: natação, halterofilismo, judô, remo, atletismo, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, tênis de mesa, basquete em cadeira de rodas, futebol de 7, golbol, tênis em cadeira de rodas, vôlei sentado, hipismo, vela, tiro com arco e tiro esportivo. Ausente apenas no rúgbi.
Nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008, os brasileiros terminaram em nono, conquistando 16 medalhas de ouro (8 na natação, 4 no atletismo, 1 no judô e 1 no futebol de 5 e 2 na bocha), 14 de prata (4 no atletismo, 7 na natação, 2 no judô e 1 no tênis de mesa) e 17 de bronze (7 no atletismo, 4 na natação e 2 no judô, 1 na bocha, 2 na equitação e 1 no remo).