Morre criança que esperava liberação de canabidiol

A Anvisa determinou a abertura de uma investigação específica para apurar o caso, uma vez que o produto foi importado por meio de uma autorização especial
Da AE
Publicado em 02/06/2014 às 22:22


O primeiro paciente a receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usar o canabidiol, substância derivada da maconha, morreu neste domingo em Brasília. Gustavo Barbosa Guedes, de 1 ano e 4 meses, tinha síndrome de Dravet, doença rara que provoca convulsões. A mãe do menino, Camila Guedes, integrava um grupo de pais de pacientes que lutam para que a substância seja transferida para um rol de medicamentos de uso controlado. Na quinta-feira passada, a Anvisa discutiu o assunto, mas adiou a decisão para agosto. Camila acompanhou a reunião.

Integrantes do movimento afirmam que pacientes submetidos ao tratamento com canabidiol apresentam uma significativa redução do número de convulsões. Pais avaliam ainda que, com a liberação haveria maior facilidade de médicos receitarem o produto. Em entrevista concedida ao Estado na quinta, Camila afirmou que a maior dificuldade que enfrentou foi encontrar um profissional disposto a pedir o medicamento. Gustavo havia iniciado o tratamento há cerca de dez dias. Os efeitos começam a ser notados depois de 45 dias de uso. Por mais de 40 dias, Camila aguardou a liberação para o uso da substância, que já vem sendo usada por pelo menos 20 brasileiros. 

A Anvisa determinou a abertura de uma investigação específica para apurar o caso, uma vez que o produto foi importado por meio de uma autorização especial. De acordo com a agência, a espera de familiares de Gustavo para obtenção do produto não foi provocada pela Anvisa. O pedido foi feito dia 9 de abril e a decisão, concedida dia 17 do mesmo mês. Ainda de acordo com a Anvisa, a morte da criança não vai modificar a forma como a agência está lidando com o tema. 

Enquanto a decisão da Anvisa sobre o canabidiol não é tomada, a avaliação sobre a importação do produto é feita caso a caso. Até o momento, a agência liberou três de nove pedidos para importação da substância, que nos EUA é vendida como suplemento alimentar.

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