Itaipu mantém liderança na geração de energia acumulada

Mesmo as outras grandes usinas, que entraram em operação antes da Itaipu, estão distantes de sua produção
Agência Brasil
Publicado em 05/01/2015 às 19:58
Mesmo as outras grandes usinas, que entraram em operação antes da Itaipu, estão distantes de sua produção Foto: Itaipu Binacional/Arquivo


Após mais de duas décadas de liderança mundial no ranking de geração de energia anual, a Usina Hidrelétrica de Itaipu foi ultrapassada, em 2014, pela chinesa Três Gargantas. Em produção acumulada, no entanto, nenhuma outra gerou tanta energia quanto a usina brasileiro-paraguaia, que no ano passado completou 30 anos de operação. Ao fim de dezembro, a Itaipu atingiu a marca de 2,2 bilhões de megawatts-hora (MWh) de produção acumulada, quase três vezes mais do que Três Gargantas, que gerou 0,8 bilhão de MWh desde 2003, quando entrou em operação.

De acordo com a Itaipu, se a energia que gerou até hoje pudesse ser armazenada, seria capaz de atender todo o consumo de energia elétrica do planeta durante 37 dias. Com essa energia, a China, maior mercado consumidor do mundo, poderia ser abastecida por cinco meses e nove dias; os Estados Unidos, por seis meses e 12 dias; o Brasil, por quase cinco anos; e o Paraguai, sócio na empresa, por mais de 181 anos.

Mesmo as outras grandes usinas, que entraram em operação antes da Itaipu, estão distantes de sua produção. Na segunda posição aparece a venezuelana Guri, com 1,3 bilhão de MWh desde 1978, seguida pela norte-americana Gran Coullee, com 1,2 bilhão de MWh desde 1941. Em quarto vem a usina russa Sayano, com 0,93 bilhão de MWh desde 1978, pouco à frente da canadense Churchill Falls, com 0,9 bilhão de MWh desde 1971. A chinesa Três Gargantas aparece empatada na sexta posição com a russa Bratsk, que gera energia desde 1967. Na sétima posição está a brasileira Tucuruí, com 0,78 bilhão de MWh desde 1984, mesmo ano da entrada em operação da Itaipu.

Segundo a Itaipu, sua geração de energia em 2014 foi 87,8 milhões de MWh. A quantidade é 11% inferior à produzida em 2013, quando a usina estabeleceu o recorde mundial pela segunda vez consecutiva, com 98,6 milhões de MWh. A binacional alegou que a queda se deveu ao ano atípico, “quando o Brasil enfrentou a maior seca em 84 anos”. Apesar da queda, a empresa informou que conseguiu atingir “o melhor índice de desempenho dos 30 anos de geração, com 99,3% de eficiência operacional”. Em um ano de regime bom de águas dos rios, a meta é ultrapassar o recorde, chegando a 100 milhões de MWh.

A disputa pelo primeiro lugar anual com a chinesa Três Gargantas será difícil, apesar da maior eficiência de Itaipu, porque a primeira tem a maior capacidade instalada do mundo, 40% superior do que a brasileiro-paraguaia. Enquanto a chinesa tem 22,4 mil MWh de potência, Itaipu tem 14 mil MW. Diferente de Brasil e Paraguai, que têm as hidrelétricas como principal matriz energética, a principal fonte de energia na China é o carvão. De acordo com a empresa chinesa, a energia gerada em 2014 permitiu poupar a queima de 49 milhões de toneladas de carvão e a emissão de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono.


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