O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) informou nesta quinta-feira (12) que o governo elaborou um plano para garantir segurança energética durante o Carnaval. Segundo ele, falhas no fornecimento de energia só irão ocorrer caso caia um raio.
O exemplo dado pelo ministro contraria diretamente a presidente Dilma Rousseff.
"No dia que falarem pra vocês que caiu um raio, gargalhem. Cai raio todo dia nesse país. Raio não pode desligar o sistema, se desligou, é falha humana", disse a presidente, em dezembro de 2012, ao rejeitar a informação de que um raio teria sido a causa do apagão que atingiu 12 Estados naquele ano.
Depois desta afirmação, a palavra "raio" acabou se tornando proibida dentro do governo.
No ano passado, o diretor geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) veio a público para explicar outro apagão, ocorrido em fevereiro de 2014, e que deixou 13 Estados e o Distrito Federal sem luz.
"Eu não gosto do nome raio. É proibido falar comigo em raio", disse Hermes Chipp. "Raio é pejorativo."
Braga, que está há pouco mais de um mês no comando do Ministério de Minas e Energia, não descarta a possibilidade de raios afetarem o sistema.
"Há um plano que nos deixa em situação bastante confortável com relação a segurança energética no Carnaval", afirmou. "Na realidade não há nada de tão especial assim, estamos apenas atentos porque podemos ter algumas intercorrências. É natural. Climáticas, como um raio ou alguma coisa assim."
Segundo o ministro, em caso de falhas, técnicos do setor elétrico estarão de plantão para "agir com rapidez".
CHUVA
O ministro também reforçou que há expectativa de chuva na cabeceira dos rios que abastecem alguns dos principais reservatórios das hidrelétricas ao longo dos próximos dias.
"Alguns ainda não estão como gostaríamos que tivessem, mas em fevereiro deve haver uma melhora razoável", disse.
Mais cedo o ministro esteve reunido com técnicos da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), do ONS e do próprio ministério para reforçar as recomendações para gestão do sistema, principalmente nas cidades em que está previsto maior número de foliões.
Braga afirmou que não há preocupações com o atendimento no horário de pico (das 14h às 18h) e que é possível ter uma redução do consumo durante o período de festas.