A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) do estado de São Paulo informou, no fim da tarde desta segunda-feira (6), que suas estações de monitoramento da qualidade do ar em Santos não detectaram aumento significativo na concentração de poluentes no município em razão do incêndio que atinge tanques de combustíveis da empresa Ultracargo, no Terminal da Alemoa, na Baixada Santista.
Segundo a companhia ambiental, cinco estações automáticas de qualidade do ar localizadas em Santos e Cubatão não registraram aumento relevante de material particulado, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e ozônio. As estações estão localizadas em um raio de 6 a 10 quilômetros do local do incêndio.
“Os dados disponíveis mostram que a qualidade do ar nas estações de Santos variou entre a condição boa e moderada entre os dias 2 (quinta-feira), início do incêndio, e 5 de abril (domingo). No mesmo período, nas estações de Cubatão, verificou-se que a área central da cidade permaneceu com qualidade boa e moderada, enquanto a área industrial oscilou entre a condição boa e muito ruim”, diz texto de nota divulgada pela Cetesb. Segundo a companhia, a má condição da qualidade do ar na área industrial de Cubatão já era verificada antes do incêndio.
A Cetesb, no entanto, não tem estações de monitoramento perto do local do incêndio. A companhia pretende transferir uma delas para mais perto. “No caso da população que vive mais próxima do local do incêndio, a Cetesb está estudando a possibilidade de deslocar a estação de monitoramento móvel que se encontra no bairro da Ponta da Praia, na Praça José Rebouças, em Santos, para um local ainda mais próximo da área do incêndio.”
Segundo o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, a situação no local ainda inspira bastante cuidado. Dois tanques de gasolina ainda estão queimando, um deles já praticamente vazio, apenas contendo vapores. “Não há perigo, no momento, para que nenhuma pessoa tome atitude de querer sair da área, da região, pois o fogo está concentrado, isolado. A situação está sob controle, mas não o fogo."
“Os bombeiros estão fazendo o resfriamento por meio de oito frentes defensivas, em volta dos tanques, para que diminuam a temperatura. Há três linhas de ataque para que a gente possa fazer o combate juntamente com a espuma, que tem o papel de impedir o contato do oxigênio com o material combustível”, explicou.
Cerca de 75 mil litros de água por minuto estão sendo jogados sobre os tanques com auxílio das bombas de três rebocadores e o navio do Corpo de Bombeiros, que estão a uma distância de 650 metros do local do incêndio. O vento, no entanto, prejudica o trabalho dos bombeiros: “O vento está sendo crucial para o aumento das chamas, e o aumento das chamas traz grande preocupação, porque ele pode passar para outros tanques”, disse Palumbo.
De acordo com o capitão, não há previsão para o fim incêndio, mas a estratégia está dando certo: “não podemos fazer uma previsão ainda. Estamos evoluindo na ocorrência, tendo em vista que esses 21 tanques [que estão ao lado das chamas] não pegaram fogo. Precisamos continuar com essa estratégia, porque está dando certo”, disse.
Seis tanques já foram destruídos pelo fogo. No momento, há 118 homens do Corpo de Bombeiros trabalhando no local.