ONU prepara novas diretrizes sobre a questão das drogas no mundo

O uso da força para combater as drogas não apresentou uma evolução esperada na redução do tráfico
MARCOS OLIVEIRA
Publicado em 23/05/2015 às 18:10
O uso da força para combater as drogas não apresentou uma evolução esperada na redução do tráfico Foto: AFP


O uso da força para combater as drogas é um caminho que está sendo revisto no mundo. Quem aponta para isso é a Organização das Nações Unidas (ONU), que em relatório divulgado ano passado mostra que o consumo de substancias ilícitas não reduziu em países que tradicionalmente são conhecidos por transformar o tema em caso de polícia. Em 2016, a instituição deve divulgar novo relatório com novas diretrizes sobre o tema.

A prevalência do uso de drogas no mundo permaneceu estável em 2013(os dados mais recentes são deste ano), segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2014 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Cerca de 243 milhões de pessoas, ou 5% da população global entre 15 e 64 anos de idade, usaram drogas ilícitas em 2012. Usuários de drogas problemáticos, por outro lado, somaram por volta de 27 milhões, cerca de 0,6% da população adulta mundial, ou 1 em cada 200 pessoas.

O Diretor Executivo do UNODC Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, chama atenção  para um foco maior na saúde e nos direitos humanos de todos os usuários de drogas, especialmente daqueles que fazem uso de drogas injetáveis e que vivem com HIV. Ele defende ainda uma abordagem balanceada e compreensiva que se direcione tanto à oferta quanto à demanda deve ser apoiada por respostas baseadas em evidências, focando na prevenção, no tratamento, na reabilitação social e na integração. 

No Brasil, a repressão contra as drogas, mais precisamente  a maconha, remonta a década de 1930, com o governo Vargas, mas a erva está no país há muito mais tempo.  Foi trazida para cá pelos escravos negros. De acordo com Elisaldo Araújo Carlini, no livro  A história da maconha no Brasil, disseminou-se rapidamente entre os negros escravos e nossos índios, que passaram a cultivá-la. Séculos mais tarde, com a popularização da planta entre intelectuais franceses e médicos ingleses do exército imperial na Índia, ela passou a ser considerada em nosso meio um excelente medicamento indicado para muitos males. 

 

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