O número de acidentes com energia elétrica caiu 8% no ano passado em relação a 2013, segundo dados reunidos pelas empresas de distribuição de energia do país.
O número de acidentes chegou a 777 em 2014 contra 841 no ano anterior. O número de 2014 é o menor desde o início da contagem e caiu 26% em relação a 2001.
Segundo os dados compilados pela Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica), que lançou nesta segunda-feira (24), pelo 10º ano a campanha da Semana Nacional da Segurança da População com Energia Elétrica, o número de mortes também caiu (8%) em relação a 2013, ficando este ano em 299 vítimas (contra 317 em 2013).
De acordo com Nelson Leite, presidente da Abradee, a campanha de esclarecimento à população tem o objetivo de alcançar os públicos mais vitimados por esses acidentes.
Pelos dados do setor, 22% dos acidentes são originários da construção civil. Leite explicou que os acidentes mais comuns nesse setor são nas construções sem registros oficiais, principalmente em domicílios que fazem ampliações, os chamados "puxadinhos".
Outro foco de acidente são os cabos de energia soltos, responsáveis por 18% dos acidentes. As ligações clandestinas e os acidentes com antenas de TV são responsáveis por 8% (cada um dos acidentes).
RENOVAÇÃO
Sobre a polêmica da renovação ou não da concessões das distribuidoras de energia elétrica, Leite disse que está confiante de que o TCU (Tribunal de Contas da União) irá se posicionar sobre o tema dentro do prazo necessário para que o governo possa tomar a decisão de renovar essas concessões.
A área técnica do órgão se posicionou contra a renovação automática, mas os ministros ainda não tomaram posição sobre o tema. Segundo Leite, seria difícil seguir a posição dos técnicos do órgão.
"Não conheço nenhum país do mundo que fez a licitação. Acho difícil de ser implementado", afirmou Leite.
O diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Reive Barros, disse que a agência está subsidiando o tribunal para que eles possam tomar a decisão sobre o tema. A posição do governo é renovar as concessões.
"O governo está convencido de que os critérios [de renovação] não prejudicam o consumidor", disse Manuel Clementino, assessor do Ministério de Minas e Energia.