Pelo menos 13 pessoas seguem desaparecidas após rompimento de barragens em MG

As barragens do Fundão e de Santarém, pertencentes à empresa, romperam ontem por volta das 16h30 e inundaram a região
Da ABr
Publicado em 06/11/2015 às 11:56
As barragens do Fundão e de Santarém, pertencentes à empresa, romperam ontem por volta das 16h30 e inundaram a região Foto: Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG


O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou nesta sexta-feira (6) que pelo menos 13 pessoas seguem desaparecidas, após o rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana.

Ainda de acordo com boletim da corporação, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, está reunido com autoridades do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do estado.

Uma coletiva de imprensa deve acontecer às 14h30 na Arena Mariana, local onde estão sendo coletados donativos para as vítimas da tragédia.

As barragens do Fundão e de Santarém, pertencentes à empresa, romperam ontem por volta das 16h30 e inundaram a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração.

Barragens como essas são feitas para reter os resíduos sólidos e água dos processos de mineração. O rejeito é material que deve ser armazenado para proteção do meio ambiente.

LAMA

A lama e a sujeira liberadas após o rompimento de duas barragens em Mariana (MG) atingiram a cidade de Barra Longa, distante 60 quilômetros do local da tragédia. Em entrevista à Agência Brasil, o prefeito Fernando Carneiro informou que o município está completamente inundado e que pelo menos três povoados estão isolados.

Segundo ele, cerca de 50 casas localizadas na parte mais baixa da cidade foram danificadas depois que o Rio Gualaxo do Sul transbordou. Na zona rural, uma residência foi completamente destruída. “A pessoa saiu de lá só com a roupa do corpo”, contou Fernando Carneiro. “Estamos sem acesso a três povoados porque perdemos três pontes e só se chega de helicóptero agora.”

Ainda de acordo com o prefeito, os moradores não esperavam que os estragos pudessem chegar até Barra Longa e foram surpreendidos pelo aumento repentino no nível do rio. “A última enchente que tivemos foi em 1979. Neste momento, não estava nem chovendo por aqui. Graças a Deus, parece que não tivemos vítimas”, disse.

Também por telefone, o comerciante Flávio Pereira, 65 anos, contou que a casa onde mora, na praça principal de Barra Longa, foi tomada pela lama e pela sujeira que desceram pelo rio. “Perdi todos os meus móveis. Quarto, copa, sala, tudo foi tomado por um barro vermelho, pedaços de madeira, bambuzal. Arrancou até porta de armário.”

A mulher e a filha de Flávio deixaram a casa apenas com a roupa do corpo. A família, segundo ele, perdeu também sua principal fonte de renda – materiais para artesanato. “Perdemos tudo. Foi um prejuízo total, já que a cidade é muito pequena”, contou. “Não avisaram ninguém. Se tivessem avisado, eu tinha retirado meus bens. E dava tempo de terem avisado porque a lama chegou aqui de madrugada. Dava tempo de todo mundo sair.”

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