Bolívia quer normalizar relações com Brasil em prol de trem bioceânico

Governo Boliviano, além de buscar uma reaproximação do Brasil, deseja chegar a um entendimento com o Peru para avançar com a via férrea
AFP
Publicado em 06/10/2016 às 21:47
Governo Boliviano, além de buscar uma reaproximação do Brasil, deseja chegar a um entendimento com o Peru para avançar com a via férrea Foto: Foto: Freddy Zarco/ ABI


O governo da Bolívia espera normalizar suas relações com o Brasil para levar adiante sua proposta de um trem bioceânico que atravesse os dois países e o Peru, informou nesta quinta-feira (06) o presidente Evo Morales.

Os dois governos chamaram para consultas seus respectivos embaixadores, após o impeachment de Dilma Rousseff.

"Esperamos retomar as relações com o novo presidente do Brasil para garantir o trem bioceânico da integração", disse Morales durante um ato em que condecorou o chanceler chinês, Wang Yi, em visita oficial a La Paz.

O presidente boliviano, que expressou oposição à destituição de Dilma, chamou seu embaixador no Brasil, José Kinn, para consultas, mas diplomata voltará ao cargo em Brasília, segundo fontes oficiais.

O governo do esquerdista Morales pretende, além da aproximação com o governo Temer, chegar a um entendimento com o Peru a fim de fazer avançar a via férrea.

Assim, aproveitará a reunião com seu colega peruano, Pedro Pablo Kuczynski, em 4 de novembro na cidade de Sucre (sudeste), para analisar projetos de integração, entre os quais o referido trem.

"O trem bioceânico Brasil-Bolívia-Peru garante o comércio de seis países da América do Sul", disse o presidente boliviano, assegurando que também beneficiará Argentina, Paraguai e Uruguai, que poderão utilizar a hidrovia Paraná-Paraguai para conectarem-se com o trem.

Morales disse que conversou sobre o tema em La Paz com o chanceler chinês, que teria se mostrado disposto a colaborar com o projeto de um trem que ligue os oceanos Pacífico e Atlântico.

Essa ideia é paralela ao desejo de Lima e Brasília de impulsionar um projeto parecido, excluindo o território boliviano, enquanto Pequim manifestou sua disposição de financiar a obra, que custaria, segundo Morales, aproximadamente 60 bilhões de dólares.

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