A violência nos últimos cinco dias de paralisação das atividades da Polícia Militar, no Estado do Espírito Santo, tem mudado completamente a rotina da população. Com medo de sofrer algum tipo de violência ou ataque, escolas, orgão públicos e privados, além do comércio têm optado por muitas vezes fechar as portas. A situação até mesmo dentro das próprias residências é de tensão. Segundo um servidora pública, que compartilhou nas redes sociais uma invasão a um condomínio, desde o domingo ela está confinada.
Invasão de condomínio da Rossi, na Serra. #ESpedesocorro #espiritosantocaos #naruaGloboNews #g1 #uol #cbnvitoria #cbn pic.twitter.com/IEmUhZOJgj
— Brunellatb (@brunellatb) 7 de fevereiro de 2017
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Em entrevista ao Jornal do Commercio, Brunella Troccoli, que reside em Vila Velha, afirmou que o cenário no estado ainda é de caos. " É compicado dar detalhes da situação, só estamos recebendo imagens e vídeos fortes a todo instante", relata a jovem de 27 anos. Segundo ela a situação, mesmo com a presença das Forças Armadas, ainda não estpa controlada."Estou confinada desde domingo à noite. Impedida de fazer qualquer coisa. Não tem transporte nas ruas, sem escolas e sem atendimento médico. As prateleiras dos supermercados já estão ficando vazias. Os funcionários não conseguem chegar ao local de trabalho e e alguns estabelecimentos já não estão repondo os estoques por medo de assaltos", conta.
Nessa terça-feira (7), a jovem tentou ir a um supermercado da região. Lá, encontrou filas que davam voltas nos corredores do estabelecimento. "Não tem como fazer absolutamente nada. Filas enormes. Alguns supermercados da região não estão repondo os produtos por medo de invasão. As Padarias estão fechadas, mesmo as que estão abertas não possuem pão, por exemplo. Muitos funcionários não conseguem chegar ao local de trabalho", relata em tom de aflição.
De acordo com o sindicato dos Policiais Civis, até hoje foram confirmadas 95 mortes. As famílias dos policiais estão bloqueando a saída das equipes dos batalhões, uma forma que pressionar o Estado para que sejam concedidos reajustes salariais e melores condições de trabalho, já que os policiais são proibidos de fazer greve. Toda a corporação não está nas ruas, por isso os crimes têm sido constantes no Espírito Santo.
Na noite dessa segunda-feira (6), 1,2 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional chegaram ao estado para fazer o policiamento. Segundo a estudante, mesmo assim, o clima ainda é de muita tensão.
Nesta quarta (8), a Polícia Civil também confirmou uma paralisação até a meia-noite. O motivo seria a morte de um policial. Apenas 30% do efetivo deverá trabalhar, o que pode atrapalhar ainda mais os trabalhos no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória