O relato de uma jovem paranaense em tratamento contra leucemia gerou discussões nas redes sociais sobre o conceito de apropriação cultural - adoção de elementos de uma cultura por um grupo cultural diferente. Thauane Cordeiro, 19, que é branca e está careca devido a quimioterapia, foi criticada pelo uso de um turbante, peça vista como símbolo de luta do movimento negro e ícone de empoderamento. No Brasil, as escravas utilizavam o adereço nos cabelos; as africanas, para proteger a cabeça do sol.
Ela conta que foi abordada por uma mulher negra em uma estação do metrô que a acusou de estar se apropriando da cultura negra e que, por isso, não poderia usar o acessório. A jovem afirma que utiliza o pano para disfarçar a queda de cabelo e narrou o episódio em um post no Facebook. A publicação, que teve cerca de 136 mil curtidas e quase 40 mil compartilhamentos, recebeu milhares de comentários divergentes sobre o assunto.
Ao final do post, Thauane criou a hashtag #VaiTerTodosDeTurbanteSim, que foi utilizada por outras mulheres em postagens com fotos utilizando turbantes.
Enquantos alguns endossaram a ideia de que brancos não podem utilizar símbolos da cultura negra, outros apoiaram a atitude da jovem, criticando a polêmica.
Uma das opiniões mais compartilhadas foi a da filósofa e ativista negra Djamila Ribeiro.
As vezes é preciso desenhar, pra melhor compreensão. pic.twitter.com/NfMsqZbbfH
Apropriar e perverter, transformar o tabu em totem, já dizia o velho Oswald. A partir de hoje vou usar turbante na cabeça.— rogerio skylab (@rogerioskylab) 12 de fevereiro de 2017
Se for pensar nessa lógica ae das apropriação, eu como descendente de Árabes posso usar um turbante de boa né">