Baixa procura por vacina contra febre amarela adia campanha em SP

Mesmo com o crescimento do número de mortes recorrentes à doença, milhões de doses da vacina fracionada estão à espera nos postos de saúde de São Paulo
JC Online com informações da BBC Brasil
Publicado em 27/02/2018 às 9:52
Foto: Foto: Diego Nigro/JC Imagem


A procura pela vacina contra febre amarela caiu tanto na cidade de São Paulo que o fim da campanha foi adiado para a próxima sexta-feira (2) - o prazo anterior era 17 de fevereiro. A quase três dias para o término, cerca de 5,1 milhões de pessoas não foram imunizadas em 54 cidades. O objetivo é vacinar 9,2 milhões nesses locais. As informações foram divulgadas pela BBC Brasil na manhã desta terça-feira (27). 

Mesmo com o crescimento do número de mortes recorrentes à doença, milhões de doses da vacina fracionada estão à espera nos postos de saúde de São Paulo. Até o último dia 23 de fevereiro, foram cerca de 93 vítimas fatais. 

"No início, as pessoas saíam de áreas não visadas pelo vírus para se sujeitar a pegá-lo nas filas das regiões em que havia casos; agora sobram doses nos postos", afirma Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo para a BBC Brasil. "A gente vai ter de traçar uma segunda estratégia para atingir a meta dessa imunização preventiva."

Vacina

O capítulo do Manual de Vigilância dedicado apenas à vacina da febre amarela tem cerca de 9 páginas. Na introdução, o manual lembra que o imunizante é utilizado na prevenção à doença desde 1937. Composto por vírus vivo atenuado da cepa 17DD ou equivalente, cultivado em ovos de galinha embrionados, contém sacarose, glutamato, sorbitol, gelatina bovina, eritromicina e canamicina.

A vacina da febre amarela é feita com o vírus atenuado e, após a aplicação, são produzidos anticorpos que protegem contra a doença. Pelo perfil da vacina, a dose é indicada apenas para quem precisa, considerando o risco de exposição dela ao vírus da febre amarela.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Bobby Fabisak/JC Imagem
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“Portanto, em locais urbanos, onde não há transmissão, não há motivo para expor a população a um risco desnecessário”, alertou a secretaria de Saúde de São Paulo. De acordo com o órgão, a literatura médica aponta a possibilidade de ocorrência de uma morte para cada 450 mil doses aplicadas.

Como reações, são considerados efeitos adversos: febre, dor no local da aplicação, vermelhidão, dor de cabeça, dor abdominal. Entre os graves, estão encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico, como a Guillain-Barré, afora infecção semelhante à forma severa da doença, chamada de doença viscerotrópica aguda.

Ela normalmente começa com ânsia, vômito e fadiga e pode evoluir para sintomas como dificuldade para respirar, taquicardia, hemorragia, insuficiências hepática e renal. Em alguns casos leva a óbito. Contudo, o manual ainda alerta que apenas 5% dos casos podem evoluir para uma doença viscerotrópica aguda.

Surto de febre amarela

O Brasil enfrenta o segundo surto anual consecutivo de febre amarela, em ambos os casos concentrado em três estados do sudeste: Minas Gerais, São Paulo e Rio.

A febre amarela é uma doença hemorrágica viral aguda que pode levar à morte. Provoca febre, calafrios, fadiga, dores de cabeça e musculares, geralmente associados com náuseas e vômitos. Os casos graves provocam insuficiência renal e hepática, icterícia e hemorragia.

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