Youtuber é vítima de racismo no ônibus, sofre agressão e presta queixa

A youtuber Alanne França prestou queixa de racismo no 99º Distrito Policial, em Campo Grande, São Paulo, após ser agredida verbalmente e fisicamente por uma senhora que estava no mesmo ônibus. Através do Twitter, Alanne relatou o caso compartilhando vídeos e depoimentos. 

Alanne começa relatando o caso como "a pior e uma das maiores humilhações" que já passou na vida. Ela conta que estava num ônibus cheio e o único lugar vago era ao lado dela. Uma senhora entrou e sentou "já empurrando com a bolsa" de forma que elas não se enconstassem. Posteriormente, em outra parada, uma criança também entrou no coletivo.

"Como o ônibus estava lotado, [a criança] pisou no pé dela mesmo ela estando sentada. Ela começou gritar, mandar a menina se f*, tomar no c*, enquanto a menina pedia desculpas sem parar", relata a youtuber. Afim de apaziguar a situação, a jovem disse: “Senhora não precisa xingar assim, ela já pediu desculpas”.

Enquanto falava, Alanne tocou no braço da senhora, que reagiu imediatamente. "Ela empurrou minha mão e começou gritar comigo com os dizeres “macaca, preta nojenta, desencosta de mim, macaca dos infernos”. Todos no ônibus começaram dizer que ela era racista, ela só respondia “olha pra ela, olha essa preta nojenta", conta Alanne, no Twitter.

Por meio de fotos, a youtuber mostrou o corte abaixo do olho, consequência da agressão física que a idosa cometeu no tumulto. "Quando a afastaram de mim, ela simplesmente tirou os sapatos que calçava e jogou eles em mim, enquanto disse 'se você gosta tanto de defender, tinha que começar se defendendo nascendo branca'", lembra Alanne.

Caso foi parar na polícia

Outros passageiros chamaram a polícia e tanto Alanne quanto a senhora foram encaminhadas à delegacia. "Quando ele [o policial] falou que ela teria que ir algemada, ela virou pra mim, na frente dele e disse 'não vai dar em nada, tenta lá'. Fui pro hospital fazer curativos e de lá fui de viatura mesmo pra delegacia na qual prestei depoimento e ela também", detalha.

Segundo apuração do Estado de Minas, a ocorrência foi registrada no 99º Distrito Policial, em Campo Grande , que confirmou os fatos e informou que a idosa foi liberada após pagar fiança de R$ 1 mil, mas não divulgou o nome dos envolvidos. A idosa responderá o inquérito em liberdade.