O Kremlin afirmou nesta sexta-feira (26) que não há motivos para não acreditar na família real da Arábia Saudita, que negou seu envolvimento na morte do jornalista Jamal Khashoggi.
A declaração foi divulgada um dia após uma conversa por telefone entre o presidente russo Vladimir Putin e o rei Salman da Arábia Saudita, durante a qual os dois governantes falaram sobre o caso Khashoggi, segundo um comunicado da presidência russa.
"Há uma declaração oficial do rei, há uma declaração oficial do príncipe herdeiro (Mohamed bin Salman)] e ninguém tem razões para não acreditar", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ao ser questionado se o governo russo acredita que a família não tem relação com a morte de Jamal Khashoggi.
Jamal Khashoggi, jornalista crítico do regime de Riad, foi assassinado em 2 de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul.
De acordo com autoridades turca, Khashoggi foi vítima de um assassinato premeditado e executado por agentes de Riad.
Depois de negar a morte do jornalista e diante da pressão internacional, as autoridades sauditas apresentaram diversas versões. Primeiro mencionaram uma "briga" que terminou mal e depois uma operação "não autorizada" e da qual o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman "não havia sido informado". Nessa quarta-feira (24), o príncipe herdeiro, considerado o homem forte do reino, falou pela primeira vez sobre o caso. Ele chamou o assassinato do jornalista de "incidente repulsivo" e "doloroso".
O presidente americano, Donald Trump, que em um primeiro momento considerou "crível" a versão saudita, depois citou "mentiras" e afirmou que "as histórias não seguiam nenhuma lógica".