O nome do presidente da Argentina, Mauricio Macri, é o termo mais utilizado no Twitter brasileiro na manhã desta segunda-feira, 12, após o atual mandatário do país vizinho ser derrotado nas eleições primárias com larga diferença para o candidato peronista Alberto Fernández, que tem como companheira de chapa a ex-presidente Cristina Kirchner. As primárias argentinas são consideradas uma prévia da eleição, que ocorrerá no dia 27 de outubro.
No Brasil, o deputado federal brasileiro José Guimarães (PT-CE) comentou que o presidente Jair Bolsonaro ajudou a construir a derrota de Macri.
O candidato derrotado à Presidência nas eleições brasileiras do ano passado, Fernando Haddad (PT-SP), foi na mesma linha e afirmou que Macri jamais poderia ter se aproximado de Bolsonaro porque o presidente brasileiro desdenha da ditadura militar. "Um insulto à memória que lá não se aceita como aqui", comentou.
Algumas autoridades locais se manifestaram sobre o assunto. O secretário-geral da Associação Bancária argentina, Sergio Omar Palazzo, afirmou que "Macri não resolveu nenhum problema desde que tomou posse, apenas agravou todos os existentes".
Palazzo também disse, se antecipando à abertura do mercado argentino, esperar que nesta segunda não aconteça nada de ruim nos mercados, mas que "se algo acontecer, a responsabilidade será do governo que está aí desde 2015".
O presidente da Confederação Palestina Latinoamericana e do Caribe, Rafael Masry, compartilhou vídeo de uma rua de Buenos Aires com uma multidão celebrando a vitória do peronismo e entoando gritos de "Argentina!". Ele também disse que "apenas por curiosidade, adoraria ver a cara de Bolsonaro, Guiadó, Piñera, Duque, Trump e Lagarde quando se depararam com a surra eleitoral de Macri".
Na Espanha, a deputada do Podemos, Ione Belarra, classificou a vitória da chapa Fernández-Kirchner como "boníssima notícia". "O governo neoliberal de Macri estendeu o sofrimento e a falta de direitos, agora volta a oportunidade de recuperar a Argentina para o seu povo."
Alguns internautas também comentam, na rede social, o "esmagamento" dos títulos públicos argentinos após o resultado das primárias. "Vitória de Kirchner retorna com o fantasma do calote da dívida", comentam.
O economista britânico Daniel Lacalle, afirmou que a política "neo-keynesiana" do kirchnerismo, que causou "o desastre do populismo, imprimindo pesos como se não houvesse amanhã, mais o gasto massivo do governo, criaram a crise econômica".