A coalizão de esquerda Movimento Progressista, cujo candidato à presidência, Andrés Manuel López Obrador, perdeu a eleição de 1º de julho por uma diferença de 6,62% dos votos, anunciou nesta quarta-feira (11) que pedirá a anulação do pleito por violar a Constituição.
"Estamos promovendo a anulação das eleições por violação dos princípios constitucionais (...). Foram ignorados os princípios de certeza, imparcialidade, equidade, objetividade e profissionalismo", disse à imprensa Ricardo Monreal, coordenador da campanha de López Obrador. "Nossa alegação é que foi violada a Constituição", destacou Monreal.
O pedido de anulação deve ser apresentado oficialmente nesta quinta-feira (12), quando termina o prazo para impugnações junto ao Tribunal Federal Eleitoral.
López Obrador já havia denunciado irregularidades e pedido a recontagem dos votos, afirmando que mais de 5 milhões de votos foram "comprados" pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), que elegeu Enrique Peña Nieto presidente com 38,21% dos votos.
O candidado derrotado, que recebeu 31,59% dos votos, alegou ainda imparcialidade dos meios de comunicação e acusou os institutos de pesquisa de apoiar Peña Nieto.
Monreal comparou o pedido de anulação da eleição presidencial ao processo que invalidou a votação para a prefeitura de Morelia, capital do estado de Michoacán, no ano passado.
Em Morelia, a vitória de Wilfrido Lázaro, do PRI, foi anulada devido à presença do candidato em um comício para a eleição estadual quando a campanha municipal já estava encerrada. Mas a diferença de votos entre o primeiro e o segundo colocado em Morelia foi mínima, muito inferior a 1%.
Nas eleições presidenciais de 2006, López Obrador foi derrotado pelo atual presidente, Felipe Calderón, por 0,56% dos votos, e seus partidários protestaram na Cidade do México durante meses.