Desembargadores do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) reinstituíram a acusação de genocídio contra o ex-líder político servo-bósnio Radovan Karadzic, por assassinatos e maus tratos de não-sérvios no início da Guerra da Bósnia em 1992.
A decisão reverteu a absolvição do ex-presidente sérvio da Bósnia concedida no ano passado em uma das duas acusações de genocídio que ele enfrentou.
O presidente do júri, Theodor Meron, afirmou que os desembargadores acreditam que as evidências apresentadas durante o julgamento indicam que Karadzic tinha intenção genocida durante a campanha de 1992, removendo muçulmanos e croatas das cidades e vilas alegadas como território sérvio.
A decisão do julgamento considera que Karadzic orquestrou o maior massacre ocorrido em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, em 1995, assassinando 8 mil muçulmanos, entre eles crianças, na cidade bósnia de Srebrenica.
A reinstituição da acusação de genocídio ocorre no mesmo dia em que os sobreviventes de Srebrenica recordam o 18º aniversário do massacre, sepultando novamente 409 conjuntos de restos humanos exumados para identificação.
O julgamento de Karadzic começou em 2009. O ex-político se defende de 11 acusações alegando que não há provas o suficiente para sua condenação, mas os juízes rejeitaram seu pedido de absolvição e restituíram a acusação de genocídio pelo assassinato e maus tratos de não-sérvios em 1992.