Mursi diz em tribunal que é o presidente legítimo do Egito

A audiência desta terça-feira foi a primeira sobre a fuga de Mursi da prisão durante o levante popular de 2011 no país
Da ABr
Publicado em 28/01/2014 às 16:03


O presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, reafirmou nesta terça-feira (28) que é o presidente legítimo do país e que não reconhece o tribunal pelo qual está sendo julgado. A audiência desta terça-feira foi a primeira sobre a fuga de Mursi da prisão durante o levante popular de 2011 no país.

Após a leitura das acusações na sala especialmente preparada para o julgamento na Academia de Polícia do Cairo, Mursi disse que é um preso político e não um detido comum. “Sabem quem eu sou? Sou o presidente legítimo deste país”, disse ele aos aos juízes.

Os demais 21 acusados presentes à audiência, também membros e dirigentes da Irmandade Muçulmana como Mohamed Mursi, gritaram “Abaixo o governo militar”. Mursi, que chegou de helicóptero à academia na segunda-feira (27), apareceu no tribunal vestindo o uniforme branco dos presos e recusou-se entrar na cabine à prova de som que lhe estava destinada – preparada para impedir que interrompesse a audiência com declarações não solicitadas, como fez na sessão do dia 4 de novembro do ano passado, sobre um outro processo.

A sessão do julgamento não foi transmitida ao vivo, como havia sido anunciado. A televisão egípcia veiculou partes do julgamento, horas depois. Esta é a segunda vez que Mursi aparece na televisão desde que foi deposto, em  julho. Além de Mursi, estão em julgamento 131 pessoas, a maioria delas à revelia, entre as quais membros do grupo palestino Hamas e do movimento libanês Hezbollah. As acusações incluem sequestro e assassinato de policiais, uso de armas, atos hostis que puseram em perigo a integridade e unidade territorial do país, incêndio em edifícios governamentais, assalto e saque a prisões e ajuda à fuga de presos.

No caso de Mursi, ele enfrenta processos judiciais pela morte de manifestantes em dezembro de 2012, pela revelação de segredos de Estado, por conspiração para cometer atentados terroristas e por desrespeito ao poder judicial.

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