Processo contra Mursi por morte de manifestantes será retomado na quarta

Mursi responde junto com outras 14 pessoas pela morte de ao menos sete manifestantes em confrontos ocorridos em dezembro de 2012
Da AFP
Publicado em 04/02/2014 às 17:57


O processo do ex-presidente islamita egípcio Mohamed Mursi por incitação ao assassinato de manifestantes será retomado na quarta-feira (5), com os testemunhos de integrantes de alto escalão das forças de ordem da época, após uma curta audiência nesta terça-feira.

Deposto pelo exército em julho, Mursi responde junto com outras 14 pessoas pela morte de ao menos sete manifestantes em confrontos ocorridos em dezembro de 2012 diante do palácio presidencial. O ex-presidente pode ser condenado à pena de morte.

Processado em quatro casos diferentes, Mursi rejeita a legitimidade das novas autoridades egípcias, dirigidas pelo exército. Elas reprimiram de forma sangrenta seus seguidores, em particular a Irmandade Muçulmana, o movimento do ex-presidente, declarado recentemente um terrorista.

Nesta terça-feira Mursi apareceu na sala ao lado de seus co-acusados, todos vestidos com o tradicional traje branco dos prisioneiros. Os co-acusados davam deliberadamente as costas ao tribunal, constatou um jornalista da AFP presente na sala.

Após uma breve audiência, o tribunal indicou que o processo será retomado na quarta-feira, com os testemunhos dos que eram chefes da guarda republicana no momento dos incidentes.

Em dezembro de 2012, os partidários de Mursi dispersaram um acampamento de opositores diante do palácio presidencial do Cairo.

Os manifestantes estavam mobilizados contra um decreto que concedia a Mursi poderes suplementares. Nos confrontos posteriores ao desalojamento, câmeras filmaram militantes da Irmandade Muçulmana espancando manifestantes.

Mursi também será julgado a partir de 16 de fevereiro por espionagem com o objetivo de realizar atos terroristas com outras 35 pessoas.

No dia 25 de fevereiro será retomado seu processo por fuga da prisão no início de 2011, durante a revolta que terminou com os 30 anos de poder do presidente Hosni Mubarak.

O quarto caso é por "ultraje a um magistrado", para o qual não foi fixada nenhuma data.

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