Cerca de 40% da população adulta dos Estados Unidos, ou seja, duas pessoas em cada cinco, vão desenvolver diabetes do tipo 2 (o mais comum) ao longo da vida, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira na revista médica britânica "The Lancet".
A situação é ainda pior para certas comunidades, como hispânicos (homens e mulheres) e mulheres de origem africana, cujo risco de desenvolver essa doença supera 50%, segundo uma equipe de pesquisadores americanos.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores estudaram as certidões de óbito de 600.000 adultos falecidos entre 1985 e 2011 e fizeram entrevistas.
Enquanto que para um americano de 20 anos de idade a possibilidade de desenvolver esse tipo de diabetes era de 20% para os homens e de 27% para as mulheres no intervalo de 1985-1989, os índices se elevaram para 40% entre os homens e 39% entre as mulheres no período entre 2000 e 2011.
Os pesquisadores também comprovaram que os anos convivendo com essa doença aumentaram 156% entre os homens e 70% entre as mulheres, nos mesmos períodos estudados.
"Esse aumento importante se explica por uma eclosão do diabetes desde o final dos anos 1980, assim como por uma maior expectativa de vida da população em geral", afirmou o doutor Edward Gregg, que trabalha no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Atlanta, no estado da Geórgia, que liderou o estudo.
O diabetes do tipo 2, cuja incidência aumenta com a idade, é uma patologia ligada essencialmente aos hábitos de vida e à obesidade.
"As tendências observadas por Gregg e por seus colegas talvez sejam similares no conjunto do mundo desenvolvido, onde os casos de diabetes aumentaram consideravelmente nas duas últimas décadas", afirmou a doutora Lorraine Lipscombe, de Toronto, que defende medidas de prevenção.