A empresa administradora de uma mina de cobre no noroeste do México, que derramou 40.000 metros cúbicos de ácido sulfúrico no rio Sonora, afirmou nesta terça-feira que a substância não é tóxica e não representa risco para os sete municípios afetados.
"O conteúdo destes ácidos não é tóxico em si, não há problema que possa haver, nem grave afecção às comunidades, desde que tomadas as precauções adequadas e a empresa proceda, como está fazendo, com cal" para neutralizar a acidez da substância, disse Juan Rebolledo, vice-presidente de relações internacionais do Grupo México, à Radio Fórmula.
Na quarta-feira passada, a mina Buenavista do Cobre, situada no município de Cananea, do estado de Sonora, apresentou uma "falha estrutural" em suas instalações, provocando o vazamento de 40.000 metros cúbicos de ácido sulfúrico no rio Bacanuchi, afluente do rio Sonora, com 420 km de extensão.
"As medições atuais já são de PH neutro, ou seja, está normal", embora isto não exclua "uma vigilância muito cuidadosa porque pode haver encharcamentos", afirmou Rebolledo.
O Grupo México, importante produtor de cobre, com presença nos Estados Unidos e no Peru, é a empresa que administra esta mina, com investimento de US$ 3,2 bilhões.
Na segunda-feira, autoridades de Proteção Civil criticaram a empresa por ter demorado 24 horas em reportar o acidente, enquanto a Comissão Nacional da Água (Conagua) trabalha em possíveis acusações contra a mineradora.
O vazamento fez aparecer no rio uma mancha alaranjada de pelo menos 60 km que percorreu sete municípios: Arizpe, Banamichi, Baviacora, Aconchi, Cananea Ures e Hermosillo, capital estatal e que é abastecido em 3% deste corpo hídrico.
Para evitar que a substância continuasse chegando ao rio, o Grupo México construiu na quinta-feira "um muro de contenção" de 120 metros de extensão, segundo Rebolledo, que assegura terem sido enviados aos municípios caminhões-pipa.
Sonora, um dos estados com maio atividade agrícola, gera 27% do total da mineração no México e é o principal produtor de ouro, cobre, grafite, wollastonita, carvão antártico e molibdênio do país.